PSD desafia Costa a “pôr ordem” no seu Governo, incluindo na ministra da Saúde

1 de Julho 2022

O PSD considerou na quinta-feira que está na hora de o primeiro-ministro “pôr ordem” no Governo, incluindo na ministra da saúde, desafiando o PS a sair da “bolha da maioria absoluta” para negociar com os sociais-democratas as reformas neste setor.

No debate agendado para quinta-feira à tarde pela IL sobre a situação na saúde, intitulado “SOS SNS” – para o qual foram arrastadas as iniciativas do Chega, BE, PCP, PAN e Livre – o deputado do PSD Ricardo Batista Leite fez uma intervenção com muitas críticas apontadas à governação do PS, considerando que “nunca como agora se sentiu tamanha falta de liderança do Governo” e que há um desnorte do primeiro-ministro que “parece estar a leste do paraíso”.

“Está na hora de o senhor primeiro-ministro pôr ordem na sua equipa de ministros e isso inclui a senhora ministra da saúde. A senhora ministra da saúde tem tido responsabilidades diretas na gestão do SNS dos últimos sete anos”, desafiou, acrescentando que a visão do PS para o SNS “está errada”.

Ricardo Batista Leite disse à ministra da saúde que “não basta pedir desculpa” e que “é preciso agir”, desafiando os deputados do PS a não se limitar a “defender cegamente” o Governo socialista e para ouvirem a população nos distritos e regiões pelas quais foram eleitos”.

“Agora compete ao PS dizer se quer negociar as reformas da saúde com o PSD, ou se vai continuar fechado dentro da sua bolha da maioria absoluta. Aguardamos pela vossa posição”, afirmou, pedindo que “se o Governo não é capaz de liderar, então que saia da frente para dar lugar a quem seja”.

Esta conclusão foi apresentada depois de o social-democrata referir que o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, tinha dito que “para haver um diálogo” com o PSD sobre reformas da saúde, o partido tinha a obrigação de dizer em que é que diverge do PS, tendo-se seguido o elencar dos pontos sobre os quais o PSD discorda do Governo.

No final desta intervenção, Eurico Brilhante Dias pediu para usar da palavra porque o seu nome tinha sido referido, mas numa citação incorreta.

“Eu apenas disse que o primeiro passo seria olhar para o programa do Governo e perceber se o PSD concordava com alguma coisa. Pelos vistos, o senhor deputado deu a resposta: não concorda com nada”, referiu.

Mais à frente, numa intervenção de fundo, o deputado do PS Eduardo Oliveira considerou que este debate “não servirá para defender o Serviço Nacional de Saúde” uma vez que as propostas debatidas foram discutidas há um mês, com as posições dos partidos plasmadas nas votações, tendo ainda o Orçamento do Estado para 2022 ter entrado em vigor esta semana.

“O Serviço Nacional de Saúde funciona, para desespero de alguns que tanto o criticam, mas que pouco fazem ou fizeram por ele”, contrapôs o socialista, considerando que a “defesa e valorização do SNS não pode ser bandeira de uma única força partidária, mas sim um desígnio nacional” com todos envolvidos.

Já o Chega, pela voz de Pedro Frazão, criticou a ausência de respostas trazidas pela ministra da Saúde para este debate, considerando que Marta Temido e o PS “são negacionistas do descalabro do SNS” e da mortalidade covid e extra-covid.

De acordo com o Chega, existe falta de médicos no SNS, mas não em Portugal, sendo este um problema de gestão e de capacidade do Governo.

LUSA/HN

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