O projeto prevê a criação de um kit de ferramentas para monitorização e acompanhamento das úlceras do pé diabético. O penso inteligente deverá conter “sensores para monitorizar a temperatura e as úlceras e ainda um novo sensor que facilite a medição de marcadores inflamatórios”, revela João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.
Em Portugal, estima-se que existam mais de um milhão de pessoas com diabetes diagnosticada ou por diagnosticar. Já a nível mundial, estima-se que até 2030 o número de pessoas com diabetes passe de 537 milhões (2021) para 643 milhões. “E a previsão para 2045 é ainda mais assustadora, com o valor a chegar aos 783 milhões”, refere João Filipe Raposo.
Estudos existentes indicam ainda que 15% dos doentes irão desenvolver úlceras de pé diabético, que são propensas a desenvolverem infeção. Isto poderá resultar na necessidade de amputação do membro, que aumenta de 50 para 80% a mortalidade a cinco anos.
“Esta condição é responsável por mais internamentos hospitalares do que quaisquer outras complicações a longo prazo”, explica o médico, acrescentando: “Além do stress emocional, tem um peso económico considerável, exercendo uma pressão também avultada sobre os sistemas de saúde”.
Segundo João Filipe Raposo, “este projeto é o trampolim para o desenvolvimento de ligaduras verdadeiramente sustentáveis e inteligentes para monitorização das úlceras do pé diabético.”
O projeto visa, assim, “melhorar a qualidade de vida dos afetados e reduzir a carga sobre os sistemas de saúde”.
“Este kit de ferramentas incluirá ligaduras com sensores embutidos para controlo de temperatura e avaliação do tamanho da ferida e sensores óticos baseados em papel de uso único para monitorização da Proteína C reativa (PCR), biomarcador que pode circular na corrente sanguínea em níveis anormais”, afirma o dirigente da associação.
PR/HN/Vaishaly Camões
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