APDP pede agilização do acesso a bombas de insulina automáticas

APDP pede agilização do acesso a bombas de insulina automáticas

“Esta é uma notícia fantástica, mas a verdade é que as pessoas não podem esperar mais. Apelamos a que o senhor ministro reconsidere os prazos, tornando todo o processo mais rápido e ágil”, adiantou o presidente da APDP, José Manuel Boavida, em comunicado.

O Governo criou um programa para tratamento com bombas de insulina de última geração para as 15 mil pessoas com diabetes tipo 1 com indicação para estes sistemas e que devem começar a receber os aparelhos ainda este ano.

Segundo um despacho assinado pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a que a Lusa teve acesso, a criação deste programa de acesso universal, que será aplicado até 2026, resulta do trabalho desenvolvido por um grupo constituído em novembro do ano passado.

Segundo José Manuel Boavida, o sistema de distribuição existente nas farmácias é “sem dúvida o mais controlado, ágil e de fácil acesso” e com possibilidade de integrar a inovação com maior rapidez.

“O tempo de reflexão foi importante, é agora necessária resposta, pelo que a discussão e a clarificação de regras devem ser acompanhadas por uma ação real e imediata. A discussão dura há demasiado tempo e as crianças, os jovens e os adultos com diabetes tipo 1, bem como as suas famílias, não devem ter de esperar mais para ganharem qualidade de vida”, alertou ainda o presidente da APDP.

A associação estima que serão mais de 30 mil as pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal, 5.000 das quais crianças e jovens, que vivem com esta doença crónica causada pela destruição das células produtoras de insulina, o que obriga ao tratamento com insulina desde o momento do diagnóstico e durante toda a vida.

De acordo com a APDP, estas bombas de última geração são os dispositivos que atualmente mais se assemelham ao funcionamento de um pâncreas artificial, administrando insulina automaticamente e ajustando-a de acordo com as necessidades individuais, sendo comparticipados em diversos países como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Itália e Eslovénia.

Em 14 de novembro de 2022, a propósito do Dia Mundial da Diabetes, a APDP entregou na Assembleia da República a petição “Pelo acesso aos sistemas híbridos de perfusão subcutânea contínua de insulina e pela qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal”, que juntou cerca de 25 mil assinaturas.

A associação adiantou que, no seguimento desta iniciativa, o Governo criou um grupo de trabalho para avaliar a comparticipação e as condições de alargamento do acesso aos novos dispositivos, mas estava apenas a faltar a decisão do ministro da Saúde.

Em declarações à agência Lusa, Manuel Pizarro explicou que se trata “de um programa de grande dimensão”, sublinhando: “O que fazemos com este despacho, na sequência da proposta do grupo de trabalho, é reconhecer que o tratamento mais adequado nos nossos dias é a disponibilização deste sistema de administração automática de insulina”.

Reconhecendo que um programa desta dimensão “não é suscetível de ser feito de um dia para o outro”, o ministro lembrou as implicações financeiras e orçamentais, assim como a necessidade de ter “uma estrutura montada para a colocação de um número muito elevado de dispositivos”, assim como para educar os doentes e seus familiares.

Nos últimos 12 anos, foram colocadas 4.710 bombas de perfusão subcutânea de insulina.

Neste momento existem 28 centros de tratamento reconhecidos: 27 dos quais em hospitais do Serviço Nacional de Saúde e um 28.º na APDP, também com financiamento público.

O despacho determina que o novo programa vai funcionar sob orientação da DE-SNS, com o envolvimento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e demais organismos competentes, estabelecendo um prazo de 120 dias para a sua operacionalização.

LUSA/HN

Governo cria programa para tratamento com bombas de insulina de última geração

Governo cria programa para tratamento com bombas de insulina de última geração

Segundo um despacho assinado pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a que a Lusa teve acesso, a criação deste programa de acesso universal, que será aplicado até 2026, resulta do trabalho desenvolvido por um grupo constituído em novembro do ano passado e que estimou a existência de cerca de 30.000 pessoas afetadas pela doença em Portugal, assumindo que metade tem indicação para tratamento por sistemas automáticos de perfusão.

Em declarações à agência Lusa, o ministro da Saúde explicou que se trata “de um programa de grande dimensão”, sublinhando: “O que fazemos com este despacho, na sequência da proposta do grupo de trabalho, é reconhecer que o tratamento mais adequado nos nossos dias é a disponibilização deste sistema de administração automática de insulina”.

“Fazendo jus àquilo que são os valores de solidariedade que presidem ao SNS [Serviço Nacional de Saúde] nós queremos promover o acesso equitativo, isto é, todas as pessoas que tenham indicação clínica e que tenham motivação terão acesso a este sistema”, acrescentou.

Reconhecendo que um programa desta dimensão “não é suscetível de ser feito de um dia para o outro”, Manuel Pizarro lembrou as implicações financeiras e orçamentais, assim como a necessidade de ter “uma estrutura montada para a colocação de um número muito elevado de dispositivos”, assim como para educar os doentes e seus familiares.

Nos últimos 12 anos, foram colocadas 4.710 bombas de perfusão subcutânea de insulina.

Neste momento existem 28 centros de tratamento reconhecidos: 27 dos quais em hospitais do SNS e um 28.º na Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, também com financiamento Público.

Admitindo a possibilidade de mais centros de tratamento no futuro – “se tal se justificar” -, o governante explicou que uma das tarefas que a Direção Executiva do SNS (DE-SNS) – que coordenará o programa – vai ter é “avaliar as necessidades destes centros de tratamento”: “Nós estamos a colocar sobre os centros de tratamento uma exigência muito superior àquela que existia até este momento”.

O governante lembrou que esta tecnologia “melhora os resultados do tratamento da diabetes”, pois diminui o número de complicações agudas, reduzindo igualmente o número de complicações crónicas, além de favorecer a tranquilidade das pessoas e seus familiares (parte destes doentes são crianças).

O despacho determina que o novo programa vai funcionar sob orientação da DE-SNS, com o envolvimento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e demais organismos competentes, estabelecendo um prazo de 120 dias para a sua operacionalização.

Quanto às prioridades na colocação destes dispositivos de última geração, define que a DGS, em colaboração com a DE-SNS e “recorrendo aos pareceres éticos que se revelem adequados”, deve clarificar bem as regras.

“Têm que ser bem aferidas, com todas as preocupações éticas, porque nós temos que atender, por um lado, às crianças e aos jovens e às suas necessidades aumentadas em matéria de saúde, mas tudo isto tem de ser feito de forma absolutamente transparente, para que não haja dúvida nenhuma de que nos próximos 3,5 anos vamos fazer a cobertura universal das pessoas com diabetes mellitus tipo I”, afirmou.

No ano passado, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) adquiriu 337 destes dispositivos automáticos.

Questionado sobre o custo desta operação, o governante respondeu: “é um programa com muito ambicioso que vai ter também uma componente de negociação com os fornecedores”.

“Não há nenhuma boa razão para que o custo unitário, quando imaginamos comprar cerca de 15.000 dispositivos, seja igual ao custo unitário quando estávamos a comprar 500, ou 600 ou 700 dispositivos por ano”, acrescentou.

O acesso aos sistemas híbridos de perfusão sub-cutanea contínua de insulina é o tema de uma petição que vai estar em debate na sessão plenária de quinta-feira na Assembleia da República.

A diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crónica, causada pela destruição das células produtoras de insulina no pâncreas e afeta nomeadamente crianças e jovens, obrigando ao tratamento com insulina durante toda a vida.

LUSA/HN

Proposta sobre comparticipação de bombas de insulina discutida no parlamento

Proposta sobre comparticipação de bombas de insulina discutida no parlamento

O Bloco de Esquerda propõe a comparticipação a 100% dos dispositivos automáticos de insulina, para melhorar a qualidade de vida das mais de trinta mil pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal, das quais 5.000 serão crianças e jovens.

“Propõe-se (…) que se garanta o acesso aos novos sistemas de perfusão de insulina, uma nova tecnologia que permitirá melhor controlo da glicemia e, por isso mesmo, melhores resultados na saúde e qualidade de vida de quem vive com diabetes tipo 1”, lê-se no documento do Bloco de Esquerda.

O BE lembra que, no início de 2016, apresentou uma iniciativa legislativa sobre acesso à terapêutica com sistema de perfusão contínua de insulina para todas as crianças com diabetes tipo 1 até aos dez anos que pudessem beneficiar da terapêutica. Segundo, o partido, “o acesso gratuito seria posterior e gradualmente alargado a outros escalões etários”.

No mesmo dia vão ser discutidos quatro projetos de resolução de PAN, Livre e PCP sobre a comparticipação e disponibilização de bombas de insulina.

O tema do debate tem que ver com o texto subscrito por familiares de crianças e jovens com diabetes tipo 1, assim como por adultos diabéticos, pela Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e por serviços públicos de saúde de todo o país, entregue em 14 de novembro de 2022, na data em que se comemora o Dia Mundial da Diabetes.

Convidando todos os cidadãos interessados, APDP adiantou que uma delegação de peticionários vai assistir, na quinta-feira, ao plenário que irá discutir o acesso aos novos dispositivos automáticos de insulina.

Segundo a APDP as novas bombas automáticas assemelham-se ao “funcionamento de um pâncreas artificial, administrando insulina automaticamente e ajustando-a de acordo com as necessidades individuais”.

Estes dispositivos, segundo a associação, têm comparticipação em países como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Itália, Eslovénia e nações nórdicas.

De acordo com a pediatra e coordenadora do Departamento de Crianças e Jovens da APDP, Raquel Coelho, o uso das bombas proporciona às crianças e jovens “menos 80% de picadas nos dedos e menos 95% de injeções por ano”.

LUSA/HN

Doentes diabéticos aprendem a cuidar dos pés

Doentes diabéticos aprendem a cuidar dos pés

Destinado a doentes diabéticos, cuidadores e familiares, este workshop tem como objetivo partilhar conhecimentos sobre os cuidados a ter com os pés, por forma a prevenir o pé diabético.

Em Portugal, estima-se que a diabetes afete cerca de 10% da população. Todos os dias são diagnosticadas com diabetes cerca de 200 pessoas, sendo Portugal o país da Europa com a mais elevada taxa de prevalência da doença. A diabetes é a causa de várias complicações, sendo uma das mais frequentes o pé diabético. Esta complicação é caracterizada pela dificuldade na cicatrização de feridas que surgem nos pés e é responsável pela maioria das amputações em Portugal.

A inscrição para o workshop pode ser feita por telefone (261 149 400) ou email (clí[email protected]).

PR/HN/RA

Jovens portugueses no Campeonato Europeu de Futsal para Pessoas com Diabetes

Jovens portugueses no Campeonato Europeu de Futsal para Pessoas com Diabetes

A equipa conta com elementos de vários pontos de Portugal, desde o Porto até Almodôvar, com diagnóstico de diabetes desde há 1 mês até há 42 anos.

Os treinos já começaram e realizam-se todos os domingos de manhã, até à data de partida para a Polónia. Dia 21 de maio, às 16 horas, a equipa treina em Évora e no dia 4 de junho estará em estágio em São Vicente do Paul (Santarém).

“É com muito orgulho que voltamos a representar Portugal numa competição que, acima de tudo, mostra que é possível ter um estilo de vida normal mesmo tendo diabetes. O segredo está no controlo da doença”, afirma João Nabais, manager e guarda-redes da equipa.

Portugal é o segundo país da União Europeia com maior prevalência de diabetes (13,6%) e calcula-se que existam cerca de 2,7 milhões de portugueses com diabetes ou em risco de a desenvolver, sendo que mais de um milhão vivem com esta doença.

O projeto DiabPT United foi criado em 2012 pelo Núcleo Jovem da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (NJA), a quem se juntou a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP). O objetivo passou pela criação de um espaço de partilha de experiências de pessoas com diabetes na prática de exercício físico. Englobado neste projeto esteve ainda o estabelecimento de uma equipa de futsal, totalmente composta por pessoas com diabetes, que representasse Portugal no Campeonato Europeu de Futsal para Pessoas com Diabetes (DiaEuro).

A equipa constituída por jogadores entre os 19 e os 49 anos, que jogam desde as distritais até à 2.ª divisão nacional de futsal, ou que não estão neste momento a jogar em clubes, tem como objetivo motivar, inspirar e catalisar as pessoas com diabetes a fazer desporto e atividade física, quebrando barreiras e mitos e mostrando que a diabetes, quando é adequadamente tratada, não é uma limitação, em particular para a prática desportiva.

Antes de começarem a treinar, os jogadores verificam os níveis de glicemia e fazem os ajustes. “Claro que as pessoas com diabetes têm de ter outros cuidados. Têm de prevenir as hipoglicémias, até para permitir que a performance em termos desportivos seja elevada. Como tal, há um conjunto de cuidados que temos de ter para praticar desporto, como o controlo do pico da insulina e a alimentação”, explica o também assessor da APDP.

O evento anual reservado exclusivamente a jogadores com diabetes nasceu em 2012 com o apoio da Federação Ucraniana de futebol, prestado por ocasião do Campeonato Europeu de Futebol.

PR/HN/RA