“Continuo muito preocupado com a escala e propagação do vírus. Em todo o mundo há agora mais de 6.000 casos registados em 58 países”, adiantou Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa.
Segundo disse, a testagem do vírus que provoca a doença “permanece um desafio” e é “altamente provável” que exista um significativo número de casos não detetados em vários países.
“A Europa é o atual epicentro do surto, registando mais de 80% dos casos a nível global”, avançou Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao alertar ainda que, em África, estão a surgir casos em países que não tinham sido previamente afetados, assim como “números recorde” em outros que já tinham registos de contágios.
Perante isso, o diretor-geral da OMS adiantou que vai convocar o Comité de Emergência da OMS para a semana de 18 de julho, “ou antes disso se necessário”, com o objetivo de atualizar os especialistas sobre a situação epidemiológica e a evolução do surto, com vista à “implementação de contramedidas”.
Esta será a segunda reunião em poucas semanas para avaliar a evolução da Monkeypox, depois de os especialistas que integram o Comité terem considerado, em 23 de junho, que o surto do vírus Monkeypox não representava uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional, o nível mais alto de alerta decretado pela OMS.
Ao Comité de Emergência, que reúne por convocação do diretor-geral, cabe recomendar à OMS se um surto constitui uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional (PHEIC), propondo medidas temporárias sobre como prevenir e reduzir a propagação de uma doença e gerir a resposta global de saúde pública.
A PHEIC é definida como “um evento extraordinário, grave, repentino, incomum ou inesperado”, com implicações para a saúde pública para além da fronteira nacional do Estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata.
Tedros Adhanom Ghebreyesus assegurou ainda que a OMS está a trabalhar de perto com a sociedade civil e a comunidade LGBTQ+, “especialmente para quebrar o estigma do vírus e espalhar informação, para que as pessoas se possam proteger”.
“Este vírus pode afetar qualquer pessoa”, alertou o diretor-geral da organização.
Os casos de Monkeypox em Portugal totalizam os 415, de acordo com os últimos dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), todos em homens entre os 19 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos, que se mantêm em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis.
A DGS recorda que uma pessoa que esteja doente deixa de estar infeciosa apenas após a cura completa e a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá, eventualmente, ultrapassar quatro semanas.
Os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.
LUSA/HN
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