CHMT abriu inquérito após morte de bebé de grávida que foi assistida em Santarém

29 de Julho 2022

O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) disse esta quinta-feira que abriu um inquérito para apurar as circunstâncias em que uma grávida da sua área de influência se dirigiu quarta-feira ao Hospital de Santarém, onde foi confirmada a morte do feto.

Fonte oficial do CHMT disse à Lusa que a mulher, embora residindo num concelho da área de influência desta unidade hospitalar, não estava a ser seguida pelos serviços de Ginecologia e Obstetrícia de Abrantes.

Confirmando que a Urgência de Ginecologia e Obstetrícia da unidade de Abrantes se encontrava em contingência na quarta-feira, a fonte afirmou que, se a grávida se tivesse dirigido a este serviço, teria sido avaliada pela equipa que assegura a resposta às utentes internadas e às situações de emergência e que é constituída por uma médica obstetra e três enfermeiras.

Segundo o CHMT, a grávida nunca foi encaminhada para a unidade de Abrantes pelos cuidados de saúde primários, existindo apenas um registo de um pedido de um exame de rotina para avaliação no final da gravidez, realizado no passado dia 18.

“Se não existisse este registo, não teríamos sequer aberto o inquérito”, disse, salientando que este decorre porque a instituição “não tem nada a esconder”.

O Hospital de Santarém confirmou ontem a morte de um feto numa grávida que recorreu, por sua iniciativa, ao seu serviço de Urgência, na quarta-feira, por suspeita de início de trabalho de parto.

Em comunicado, o Hospital Distrital de Santarém (HDS) afirma que a grávida foi admitida na Urgência de Ginecologia e Obstetrícia, onde foi diagnosticada “uma morte fetal in útero, uma situação clínica inesperada, cujos dados em concreto cabe proteger e respeitar”.

Salientando que a grávida não estava a ser acompanhada ou vigiada pelo Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HDS, o Conselho de Administração “garante que foram prestados todos os cuidados necessários após a sua admissão no serviço de urgência”.

O HDS adianta que “tem estado a prestar apoio psicológico à utente”.

Já o Bloco de Partos do HDS está condicionado desde as 08:30 de quinta-feira e até às 08:30 de sexta-feira.

Os condicionamentos a que as urgências de ginecologia e obstetrícia têm estado sujeitas nos últimos meses implicam que o serviço não admita grávidas encaminhadas por ambulâncias, mas possa admitir quem lá se dirige pelos seus próprios meios.

LUSA/HN

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