Os dados da vigilância da mortalidade, elaborado com base no Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), que a agência Lusa consultou, indicam que houve excesso de mortalidade em quase todos os dias do mês de julho, à exceção dos dois primeiros (01 e 02) e dos três últimos (29, 30 e 31).
O dia 14 de julho (com 458 óbitos) foi o que registou uma percentagem maior de excesso de mortalidade (63,4%). Nos últimos 13 anos, este foi igualmente o dia 14 de julho que mais mortes registou.
Em 12 dias do mês de julho (entre 01 e 04, entre 12 e 16 e nos dias 18, 25 e 28) foram batidos recordes dos extremos máximos de mortalidade: uns datavam de 2010, outros de 2013 e outros de 2020.
Há duas semanas, a Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou que Portugal tinha registado um excesso de mortalidade entre 07 e 18 de julho correspondente a 1.063 mortes atribuídas às temperaturas extremas que se verificaram no continente.
Segundo os dados do índice ÍCARO – uma medida numérica do risco potencial que as temperaturas ambientais elevadas têm para a saúde da população, podendo levar ao óbito – os valores estiveram no seu nível mais elevado precisamente no dia 14 (0.96).
Nos últimos três dias, quando começaram de novo a subir as temperaturas, o valor voltou a aumentar: de 0.04 na sexta-feira (29) passou para 0.38, no sábado (30), e para 0.68, no domingo (31).
Este índice compara os óbitos previstos pelo modelo estatístico subjacente ao sistema de vigilância ÍCARO, com os óbitos esperados sem o efeito das temperaturas extremas.
No total, morreram em julho 10.602 pessoas.
LUSA/HN
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