“Não estávamos à espera. Digamos que por um lado ficamos surpreendidos mas, por outro lado, e face aquilo que têm vindo a ser os constrangimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a ausência de soluções estruturais para os problemas parece lógico a ministra evocar as razões que evocou para pedir a demissão”, disse Guadalupe Simões.
A ministra da Saúde, Marta Temido, que assumiu funções em 2018, apresentou hoje a demissão por entender que “deixou de ter condições” para exercer o cargo.
“Para nós, na realidade, não nos interessa quem é o ministro da Saúde, o que nos interessa são as políticas de saúde e sobre as políticas de saúde sabemos o que defendemos e defendemos o SNS que tem problemas estruturais e que precisam de solução”, disse ainda a presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
Guadalupe Simões recordou que com Marta Temido foi “renegociada” uma nova Lei de Bases da Saúde que coloca o SNS como o “pilar” da oferta de cuidados de saúde sendo que, frisou, é preciso aprofundar e melhorar as ofertas.
Por isso, considera a responsável pelo sindicato que “seja quem for o ministro da Saúde, o que é preciso é que o Governo, que tem a maioria absoluta” desenvolva aquilo que está expresso na Lei de Bases da Saúde.
Desta forma, insiste que é necessário “um SNS forte”, capaz de dar resposta, que seja inovador, onde os profissionais de saúde possam desenvolver investigação e que tenha capacidade para manter os profissionais.
Em concreto em relação aos enfermeiros, Guadalupe Simões diz que espera que o Governo cumpra os prazos das negociações em curso.
“Nós temos um processo negocial que está a decorrer e espera-se que quem for o próximo ministro da Saúde seja concluído dentro do prazo que estava previsto, que era setembro, e que rapidamente se avance para a alteração da carreia de enfermagem, tal como está previsto no próprio programa do Governo: a valorização das carreiras profissionais na área da Saúde”, disse à Lusa Guadalupe Simões.
LUSA/HN
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