“O número de atendimentos é superior. Antes, o centro de saúde estava encerrado aos feriados, sábados e domingos, agora está aberto. Há mais médicos, há duas enfermeiras em permanência. Quem diz o contrário, é apenas, mais uma vez, para lançar a confusão, lançar o caos e manifestar a consciência pesada pelo estado em que deixou a saúde da região”, apontou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses.
O governante falava aos jornalistas à margem de uma reunião com o conselho de administração e com os diretores dos serviços de urgência do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), em Angra do Heroísmo.
Na quarta-feira, o secretário coordenador do PS/Corvo, Lubélio Mendonça, criticou o “total estado de abandono” da unidade de saúde da ilha, reivindicando a “necessária e urgente adoção de medidas” para “impedir os constrangimentos que têm vindo a ser verificados”.
Em comunicado de imprensa, o dirigente socialista disse que a situação se arrasta desde junho, “altura em que, pela exoneração do médico e delegado de saúde residente na ilha, a prestação dos cuidados de saúde no Corvo começou a ficar manifestamente fragilizada”.
“O que verificamos é que, além de um par de semanas em que os corvinos tiveram direito a dois médicos, continuamos agora apenas com um”, afirmou.
Em maio, o executivo açoriano exonerou o médico António Salgado de presidente do conselho de administração da Unidade de Saúde de Ilha do Corvo, nomeando para o cargo o médico Paulo Margato, que concorreu pelo PPM às últimas eleições legislativas regionais.
Na altura, Clélio Meneses disse que a ilha mais pequena do arquipélago passaria a contar com dois médicos, mas António Salgado mudou-se, entretanto, para a ilha de São Jorge.
Questionado ontem, o titular da pasta da Saúde nos Açores disse que seria aberto um concurso para a colocação de outro médico no Corvo.
“Estamos a tratar do procedimento do concurso para um segundo médico e, entretanto, há outros médicos que vão regularmente ao Corvo. Isso é importante numa perspetiva de que não é apenas a mesma pessoa que está naquela ilha. Até em termos éticos e deontológicos é importante que assim seja”, avançou.
O secretário regional assegurou, ainda assim, que, “há mais cuidados assistenciais no Corvo do que existia há dois meses”.
“Há estabilidade médica. O médico está quase sempre presente. Não trabalha é 24 horas por dia, 365 dias por ano, nem ganha 24 horas por dia, 365 dias por ano, como é bom que seja. Estamos a tratar de encontrar soluções que respondam às necessidades. Os corvinos têm mais cuidados assistenciais do que tinham em novembro de 2020 [altura em que o executivo açoriano tomou posse]”, frisou.
“Mais do que me perguntarem o que é que eu acho sobre a posição do PS, perguntem às pessoas do Corvo o que é que acham do atual estado da saúde na ilha do Corvo”, acrescentou.
Também o líder da bancada parlamentar do PPM nos Açores, Paulo Estêvão, eleito pelo Corvo, defendeu ontem, em comunicado de imprensa, que foram introduzidas melhorias “indesmentíveis” no funcionamento da unidade de saúde da ilha.
“A média da procura de cuidados de saúde por parte dos utentes aumentou cerca de 38% em apenas dois meses”, adiantou, acusando o PS de “criticar por criticar”.
LUSA/HN
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