Para assinalar o Dia Internacional da Doença Mental, que se comemora em 10 de outubro, a FARPA, em parceria com um conjunto de entidades, vai realizar uma série de atividades, nas quais se inclui este convite para que a população sinta o que é viver com doença mental.
Na ‘escape room’ da ESES, será possível “experimentar, sentir alguns dos sintomas de algumas doenças psiquiátricas”, para se ter “uma ideia mais aproximada daquilo que se passa na cabeça das pessoas que têm o diagnóstico de doença mental grave”, disse à Lusa Liliana Silva, da FARPA.
“Como não há um exame clínico de diagnóstico que se possa ver – não há análises, não há raio x –, se calhar, experimentando alguns dos sintomas, as pessoas podem calçar o sapato do outro”, afirmou.
Os visitantes do espaço vão ser, por exemplo, convidados a “ouvir o conteúdo de alucinações auditivas, ou do que se pensa que são, e ao mesmo tempo a que cumpram tarefas”, para terem noção de “como é que se consegue funcionar” quando estão outras coisas a acontecer na cabeça.
“Pôr-se um bocadinho na pele do outro e perceber como é que o outro, apesar de tudo, ainda consegue funcionar”, disse.
Para Liliana Silva, falar da doença mental “não pode virar uma moda”, nem falar-se “com leveza” de situações como ataques de pânico e de ansiedade, “que são disruptivos e complexos de gerir”, sublinhando que “há situações mais graves e mais desorganizadoras da vida e do funcionamento do indivíduo”.
No final da passagem pela ‘escape room’, haverá informação para ajudar os visitantes a “desconstruírem os preconceitos que possam eventualmente ter”, adiantou.
Salientando que o tema do Dia Internacional da Saúde Mental 2022, tornar os cuidados de saúde psicológicos disponíveis e acessíveis a todos, “é muito abrangente”, Liliana Silva disse que o apelo foi para que cada parceiro da FARPA organizasse uma atividade dentro da sua área de intervenção, desde a primeira infância, à idade adulta e aos idosos.
Assim, o ISLA vai acolher, dia 12, um encontro sobre idadismo, dia 14 um ‘workshop’ de “primeiros socorros psicológico” e dia 18 outro sobre “o autocuidado na pessoa com doença mental”.
Na ESES vai falar-se, dia 17, sobre “conhecer para proteger: boas práticas de apoio a crianças LGBT”, de manhã, e, à tarde, “crescer com saúde mental”, e, dia 20, sobre “o impacto da pobreza na saúde mental”.
No dia 15, as atividades direcionam-se às famílias, com uma aula de ioga seguida de uma sessão de ‘mindfulness’, no Jardim de São Bento, estando marcada para a tarde a exibição da peça de teatro “Pássaro da Alma”, pela associação Aqui Há Gato, um convite à expressão das emoções, no palco do Teatro Taborda, do Círculo Cultural Scalabitano.
A iniciativa inclui uma oficina de arte bruta inclusiva, com a colaboração da associação R.INserir, agendada para a manhã de 13 de outubro, no Largo do Seminário, e um ‘outdoor’ pela saúde mental, dia 14 à noite, no Jardim da República, num salientar da importância de hábitos de vida saudável, com uma caminhada e o convívio entre os participantes.
O evento encerra dia 21 com o encontro “Fazer da Saúde Mental e do bem-estar para todos uma prioridade global”, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
LUSA/HN
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