“A ideia é permitir que as mães conciliem, o melhor possível, o regresso ao trabalho com a amamentação”, disse a administradora não executiva da Águas de Gaia, Margarida Rocha.
Esta iniciativa da empresa municipal de Vila Nova de Gaia resultou na transformação de uma sala num “Cantinho da Amamentação”, um espaço com muda fraldas, cadeirão e frigorífico que servirá para que as mães recebam o bebé ou extraiam o leite materno e o armazenem ali para levar para casa no final do horário de trabalho.
“Sabemos que nem todas as mulheres têm facilidade em extrair o leite e sabemos que nem todas as mães conseguem prolongar, o quanto gostariam, a amamentação quando voltam ao trabalho. Por isso partimos para esta ideia. É uma medida para toda a família, visa o bem-estar de toda a família”, acrescentou a administradora.
O “Cantinho da Amamentação” da Águas de Gaia é inaugurado hoje e para a sessão estão convidadas as funcionárias que atualmente estão grávidas, bem como as que foram mães recentemente.
Margarida Rocha garantiu que esta iniciativa “em nada interfere” com os direitos laborais das funcionárias, nomeadamente com o gozo de horário reduzido, tal como a lei lhes permite.
A Águas de Gaia conta com cerca de 100 mulheres funcionárias, num total de cerca de 400 trabalhadores no total.
De acordo com a também adjunta do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, o “Cantinho da Amamentação” será usado conforme a rotina e necessidade quer da mãe, quer do bebé.
“Procuramos criar as devidas condições para que as funcionárias que estejam a amamentar o seu filho se sintam confortáveis”, concluiu.
Esta iniciativa insere-se num conjunto e atividades relacionadas com a Semana Europeia do Aleitamento Materno que, em Gaia, no distrito do Porto, está a ser assinalada quer pela autarquia e empresas municipais, quer pelos centros de saúde e pelo centro hospitalar local.
Entre outras atividades, o programa incluiu uma aula e preparação aquática para o parto, ‘workshops’ dedicados aos temas “Babywearing – Moda ou necessidade?”, “Massagem infantil: o toque que é amor e respeito”, “Contacto pele a pele: amamentação e conexão com o meu bebé” e “Traga o seu tecido: leve a sua almofada de amamentação”.
O objetivo deste programa é, refere informação remetida à Lusa pela autarquia, “promover a importância de políticas favoráveis à família para permitir a amamentação e ajudar os pais no relacionamento com os filhos no início de vida”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as mães amamentem exclusivamente os bebés durante os primeiros seis meses de vida com vista a conseguirem um crescimento, desenvolvimento e saúde ideais.
O aleitamento materno é recomendado pela OMS até aos dois anos, ou mais, com benefícios quer para o bebé, quer para a mãe.
É considerado que a amamentação diminui o risco de mães desenvolverem cancro da mama e de ovário, diabetes tipo 2 e doença cardíaca.
A OMS estima que um aumento da amamentação poderia evitar 20 mil mortes maternas a cada ano devido ao cancro de mama.
Já para o bebé, são considerados benefícios a nutrição e hidratação ótimas e adequadas a cada fase de cada bebé, transmissão de imunidade, regulação térmica e conforto, desenvolvimento da boca, dentes e linguagem, bem como diminuição do risco de morte-súbita.
LUSA/HN
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