Segundo os últimos dados, divulgados na segunda-feira à noite pelas autoridades ugandesas em comunicado, registaram-se sete novas mortes e quatro novos casos nos últimos dias.
“As infeções de profissionais de saúde são nove casos confirmados”, segundo as autoridades, que já completaram o seguimento de 21 dias de 35% das 1.049 pessoas identificadas como contactos de doentes de Ébola.
Na semana passada, o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Uganda, Yonas Tegegn, explicou que o país está a trabalhar para importar dois tipos de vacinas, embora ainda não esteja provada a sua eficácia contra a estirpe Sudão, responsável por este surto.
Uma das vacinas foi desenvolvida pelo Instituto de Vacinas Sabin, nos Estados Unidos, enquanto a segunda candidata foi desenvolvida por investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
“Neste momento, os cientistas ugandeses e internacionais estão a trabalhar para distribuir essas vacinas no Uganda. Mas ainda não temos dados suficientes para poder distribuí-las em grande escala e, além disso, os fornecimentos são escassos”, disse Tegegn em conferência de imprensa virtual na quinta-feira.
Ao contrário do que acontece com a estirpe Zaire, registada em epidemias de Ébola na vizinha República Democrática do Congo (RDCongo), ainda não há vacina aprovada para a estirpe Sudão.
As autoridades ugandesas anunciaram em 23 de setembro a morte de um homem de 24 anos por Ébola na região central de Mubende, a primeira desde 2019.
O surto já afeta cinco distritos no centro e oeste do país, disse Tegegn.
O Uganda já registou anteriormente surtos de Ébola, uma doença que matou milhares de pessoas em toda a África desde a descoberta em 1976 na vizinha República Democrática do Congo.
A transmissão humana é através de fluidos corporais, sendo os principais sintomas febre, vómitos, hemorragias e diarreias.
As pessoas infetadas só se tornam contagiosas após o início dos sintomas, após um período de incubação que varia de dois a 21 dias.
A doença tem seis estirpes diferentes, três das quais (Bundibugyo, Sudão, Zaire) já causaram grandes epidemias.
A estirpe Sudão não só é menos transmissível como apresenta menor taxa de mortalidade (40% – 100%) que a Zaire (70% – 100%).
Países como a RDCongo, o Quénia, a Tanzânia, o Ruanda e a Somália estão em alerta para evitar uma possível propagação do vírus.
O vírus atingiu vários países da África Ocidental entre 2014 e 2016, causando a morte de 11.300 pessoas, entre mais de 28.500 casos registados.
LUSA/HN
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