Eutanásia: Chega pede adiamento da votação na especialidade

18 de Outubro 2022

O Chega solicitou hoje o adiamento da votação na especialidade do texto de substituição sobre a morte medicamente assistida, que seria apreciado na reunião de quarta-feira da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

De acordo com informação transmitida à agência Lusa pela assessoria do partido, o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, solicitou à 1.ª Comissão “o adiamento da discussão” do ponto da ordem do dia da reunião de 19 de outubro relativo “à discussão e votação na especialidade das iniciativas legislativas sobre morte medicamente assistida não punível”.

O Chega quer adiar esta votação para a reunião seguinte da comissão, que deverá realizar-se na próxima semana.

A notícia foi avançada ao início da tarde pela Rádio Renascença.

A votação na especialidade do texto de substituição relativo à despenalização da morte medicamente assistida é um dos pontos da agenda da reunião de quarta-feira da Comissão de Assuntos Constitucionais.

O Chega indicou que o pedido de adiamento é potestativo, pelo que terá de ser aceite, adiando a votação para a próxima reunião da comissão. De acordo com o regulamento da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias a “votação de determinada matéria pode ser adiada potestativamente a pedido de qualquer Grupo Parlamentar ou deputado único representante de um partido, por uma só vez, para a reunião seguinte”.

Se os deputados terminarem a votação na especialidade na próxima semana, o diploma poderá ainda ser votado em plenário, em votação final global, no dia 27 de outubro, ou seja, antes de o parlamento suspender os trabalhos para o processo orçamental.

No passado dia 13 de outubro, o grupo de trabalho sobre a morte medicamente assistida fechou o texto de substituição elaborado com base nos projetos de lei do PS, Iniciativa Liberal, BE e PAN, que segue para a votação na especialidade na 1.ª Comissão.

O texto de substituição dos projetos de lei sobre a morte medicamente assistida estabelece um prazo mínimo de dois meses desde o início do procedimento para a sua concretização, sendo também obrigatória a disponibilização de acompanhamento psicológico.

Na anterior legislatura, a despenalização em certas condições da morte medicamente assistida, alterando o Código Penal, reuniu maioria alargada no parlamento, mas foi alvo de dois vetos do Presidente da República: uma primeira vez após o chumbo do Tribunal Constitucional, na sequência de um pedido de fiscalização de Marcelo Rebelo de Sousa.

Numa segunda vez, em 26 de novembro, o Presidente rejeitou o diploma através de um veto político realçando que ao longo do novo texto eram utilizadas expressões diferentes na definição do tipo de doenças exigidas e defendendo que o legislador tinha de optar entre a “doença só grave”, a “doença grave e incurável” e a “doença incurável e fatal”.

Desta vez, em comparação ao último decreto, o texto de substituição deixa cair a exigência de “doença fatal”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Promessas por cumprir: continua a falta serviços de reumatologia no SNS

“É urgente que sejam cumpridas as promessas já feitas de criar Serviços de Reumatologia em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde” e “concretizar a implementação da Rede de Reumatologia no seu todo”. O alerta foi dado pela presidente da Associação Nacional de Artrite Reumatoide (A.N.D.A.R.) Arsisete Saraiva, na sessão de abertura das XXV Jornadas Científicas da ANDAR que decorreram recentemente em Lisboa.

Consignação do IRS a favor da LPCC tem impacto significativo na luta contra o cancro

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) está a reforçar o apelo à consignação de 1% do IRS, através da campanha “A brincar, a brincar, pode ajudar a sério”, protagonizada pelo humorista e embaixador da instituição, Ricardo Araújo Pereira. Em 2024, o valor total consignado pelos contribuintes teve um impacto significativo no apoio prestado a doentes oncológicos e na luta contra o cancro em diversas áreas, representando cerca de 20% do orçamento da LPCC.

IQVIA e EMA unem forças para combater escassez de medicamentos na Europa

A IQVIA, um dos principais fornecedores globais de serviços de investigação clínica e inteligência em saúde, anunciou a assinatura de um contrato com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para fornecer acesso às suas bases de dados proprietárias de consumo de medicamentos. 

SMZS assina acordo com SCML que prevê aumentos de 7,5%

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) assinou um acordo de empresa com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que aplica um aumento salarial de 7,5% para os médicos e aprofunda a equiparação com a carreira médica no SNS.

“O que está a destruir as equipas não aparece nos relatórios (mas devia)”

André Marques
Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

DGS Define Procedimentos para Nomeação de Autoridades de Saúde

A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu uma orientação que estabelece procedimentos uniformes e centralizados para a nomeação de autoridades de saúde. Esta orientação é aplicável às Unidades Locais de Saúde (ULS) e aos Delegados de Saúde Regionais (DSR) e visa organizar de forma eficiente o processo de designação das autoridades de saúde, conforme estipulado no Decreto-Lei n.º 82/2009.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights