A atribuição soma-se aos 5 milhões de dólares (5,06 milhões de euros) anteriormente reservados, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa.
Ghebreyesus também alertou para a transmissão do vírus na capital do Uganda, Kampala, onde pelo menos 17 casos já foram confirmados.
“O simples facto de haver casos em cidades densamente povoadas mostra o risco de aumento da transmissão e a urgência de se intensificar a prevenção noutras áreas e países vizinhos”, acrescentou.
No total, já foram confirmados 130 casos e 43 mortes, juntamente com outros 21 possíveis casos e mortes, no Uganda.
Recentemente, o diretor interino do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC), Ahmed Ogwell, afirmou que o surto estava sob controlo.
“A situação não está a ficar fora de controlo”, disse o diretor, numa conferência de imprensa do organismo.
Dos 2.694 contactos documentados – pessoas expostas ao Ébola por um doente confirmado -, 98% já estão a ser monitorizados, disse Ogwell. “Dá-nos conforto saber a evolução deste surto em particular”, acrescentou.
Países como a República Democrática do Congo (RDCongo), Quénia, Tanzânia, Ruanda e Somália estão em alerta para prevenir a possível propagação do vírus.
Os casos continuam a aumentar apesar das medidas tomadas pelo Presidente ugandês, Yoweri Museveni, que em 15 de outubro anunciou o confinamento dos distritos centrais de Mubende e Kasanda, o foco do surto, bem como outras restrições, nomeadamente o recolher obrigatório noturno.
O país espera agora a distribuição de duas vacinas que se encontram na fase final dos protocolos para o estudo antes que a Autoridade Nacional de Medicamentos emita licenças de importação. As vacinas são de especial importância já que a estripe do Sudão, que afeta o Estado, ainda não tem uma vacina com eficácia comprovada.
O Uganda declarou um surto de Ébola em 20 de setembro, vários dias depois de a doença contagiosa ter começado a espalhar-se numa comunidade agrícola rural, marcando a primeira vez que esta espécie – uma das seis no género Ebolavirus – foi detetada no país desde 2012.
O vírus foi descoberto em 1976, depois de ter sido identificado em dois surtos simultâneos no sul do Sudão e no Congo, perto de uma aldeia junto ao rio Ébola, o qual dá a denominação ao vírus.
Desde então, o Uganda já teve múltiplos surtos de Ébola, incluindo um em 2000 que matou mais de 200 pessoas. O surto de Ébola de 2014 a 2016, na África Ocidental, matou mais de 11.000 pessoas, o maior número de mortes de sempre.
O Ébola propaga-se por contacto com fluidos corporais de uma pessoa infetada ou materiais contaminados. Os sintomas incluem febre, vómitos, diarreia, dores musculares e, por vezes, hemorragias internas e externas.
LUSA/HN
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