OMS volta a denunciar bloqueio à ajuda humanitária em Tigray

2 de Novembro 2022

O conflito na província etíope de Tigray, que começou há dois anos, já é "a pior crise humanitária do mundo", disse hoje o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que denunciou que a região está sem ajuda humanitária há dois meses.

“A situação humanitária em Tigray continua catastrófica, com seis milhões de pessoas sitiadas pelas forças etíopes e eritreias”, disse Tedros, um etíope cuja família é originária daquela província do norte da Etiópia.

O chefe da OMS afirmou que alimentos e remédios se transformaram em moeda de troca no conflito e que o último carregamento de ajuda humanitária para a região data de há dois meses.

“Mas já antes estava longe de ser suficiente”, destacou.

A crise humanitária está a causar um êxodo de pessoas deslocadas para a capital regional, Mekelle, enquanto muitas agências das Nações Unidas e outras organizações humanitárias tiveram que deixar a zona de conflito ou encerrar as suas operações devido à falta de segurança, salientou ainda.

“Continuamos a pedir à comunidade internacional que dê à crise em Tigray a atenção que merece”, disse Tedros, cujas declarações anteriores sobre o conflito lhe custaram fortes críticas do governo de seu país, a ponto de não o terem apoiado este ano na reeleição como diretor-geral da OMS.

O conflito no Tigray começou em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, prémio Nobel da Paz em 2019, enviou o exército federal, apoiado por forças regionais de Amhara e do exército da Eritreia, para desalojar as autoridades provinciais lideradas pela Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF, na sigla em inglês).

Os dois anos de guerra naquela província, com 6,5 milhões de habitantes no início do conflito, saldam-se por centenas de milhares de mortes, de acordo com os Estados Unidos e mais de dois milhões de deslocados internos, de acordo com dados das Nações Unidas não atualizados desde o reacendimento da guerra em agosto último, depois de cerca de cinco meses de tréguas.

LUSA/HN

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