Paulo Raimundo falava ontem num encontro de comissões de utentes da saúde que decorreu no Barreiro, no distrito de Setúbal, onde foram apresentados os constrangimentos existentes nos concelhos da Península de Setúbal quer a nível hospitalar quer a nível dos cuidados de saúde primários.
“É pois fundamental que profissionais e utentes se unam na luta pelos seus direitos e que, paciente mas firmemente, procurem alargar a sua influência, procurem convencer familiares, amigos, vizinhos, conhecidos, procurem chamar mais gente à justa luta pela concretização dos seus direitos, num assunto que diz respeito a todos e a cada um de nós”, disse o secretário-geral do PCP na segunda iniciativa pública desde que foi eleito.
Na opinião de Paulo Raimundo, cada uma destas ações de luta “é um contributo fundamental para a valorização do Serviço Nacional de Saúde e da saúde pública”.
“Sim, é preciso exigir melhores condições”, frisou.
Paulo Raimundo defendeu ainda a valorização dos profissionais da saúde, com direitos, carreira, formação, reconhecimento e respeito com acesso à dedicação exclusiva à causa pública do Serviço Nacional de Saúde lembrando que o PCP apresentou essa na Assembleia da República e que foi chumbada.
A primeira medida para garantir este regime de dedicação é, explicou, respeitar e tratar com dignidade os profissionais e criar as condições também materiais, nomeadamente a majoração em 50% do salário e do tempo de serviço para efeitos de progressão.
Por outro lado, adiantou, o PCP defende que sejam alargados os incentivos para a fixação dos profissionais de saúde em áreas carenciadas, com majoração de rendimento em 50%, majoração do tempo de serviço e mais apoio à habitação.
“Defendemos, há muito tempo, e continuaremos a fazê-lo, a contratação de médicos e enfermeiros de família, não podemos aceitar [que haja] um milhão de utentes sem médico de família”, disse.
Segundo o secretário-geral do PCP, estas são apenas algumas das propostas do partido que estão esta semana em debate na especialidade do Orçamento do Estado na Assembleia da República.
“Veremos então como se posicionam os vários partidos, que escolhas fazem e que opções tomam: se pela saúde-negócio ou se pelo direito constitucional à saúde.”, disse.
Relativamente ao trabalho das comissões de utentes, Paulo Raimundo destacou a sua importância na defesa e valorização do Serviço Nacional de Saúde e apelou à criação de mais estruturas do género por considerar que “em cada centro de saúde, cada hospital, cada serviço, haverá problemas por resolver” e que “estes só são possíveis de superar também com a participação, envolvimento e papel dos utentes”.
LUSA/HN
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