“Estamos num ciclo de empobrecimento galopante, nós estamos a ficar no fundo da tabela quando temos tudo para estarmos no topo”, afirmou o líder social-democrata, prosseguindo: “Em Portugal, há cerca de dois milhões de pessoas com rendimento de 554 euros ou menos. E muitos dos que ganham acima é em função das prestações sociais do Estado. Sem isso, o limiar da pobreza atingiria 4,5 milhões de portugueses”.
Luís Montenegro discursava num jantar de Natal do PSD de Castelo de Paiva, no norte do distrito de Aveiro, onde assinalou aos militantes que “em todos os países da Europa houve pandemia, altas taxas de inflação e efeitos da guerra na Ucrânia”.
Mas, nesses países, notou, “há mais esperança, criação de riqueza, mais oportunidades e mais empregos disponíveis” do que em Portugal.
“Não há assim tantas razões para ficarmos mais pobres, quando os outros estão a ficar mais ricos, nomeadamente os países que compararam connosco”, acentuou, deixando alguns indicadores.
“De 2016 a 2021, Portugal cresceu de forma acumulada 7,1%, mas a média dos países da coesão cresceu 18,4”, apontou.
Para o líder do maior partido da oposição, trata-se de “um quadro catastrófico do ponto de vista social” e o país não está a conseguir “aproveitar as oportunidades e potencialidades para dar a volta à situação”.
O dirigente social-democrata considera que o governo socialista tem tido “todos os instrumentos para inverter a situação do país”.
“O PS herdou em 2015 uma casa arrumada, um país acrescer, o desemprego a diminuir, contas públicas certas e um acesso a financiamento como nunca houve em Portugal”, recordou.
Montenegro admitiu que os socialistas “até podem querer fazer bem, mas não conseguem”.
“Eles não querem, não podem. Em 27 anos, governaram 20. Nos segundos sete foi a bancarrota e nestes sete o empobrecimento”, frisou.
O líder do PSD garantiu que os social-democratas estão “empenhadíssimos” em preparar-se para “governar este país”.
“Para lutarmos contra uma coisa que não podemos aceitar, que é esta fatalidade de estarmos sempre de mão estendida, de bancarrota, empobrecidos, à espera que nos deem subsídios na Europa”, disse.
Montenegro acentuou que “o crescimento de riqueza é o ponto de partida para acabar com a pobreza” em Portugal.
LUSA/HN
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