“A situação de saúde em Sintra é de extrema gravidade. Não é só no hospital, mas não deixa de ser particularmente grave o que se passa nos centros de saúde”, apontou Basílio Horta, eleito nas listas do PS, em declarações à Lusa.
O autarca recordou os novos centros de saúde locais e a construção do novo Hospital de Sintra, financiado pela Câmara Municipal (com inauguração prevista para 2024), salientando que esses “grandes investimentos” ficarão “sem sentido” se continuarem a faltar médicos.
Por essa razão, e para estudar medidas conjunturais e estruturais, Basílio Horta vai reunir com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, no dia 15 de dezembro.
“A câmara dirá ao senhor ministro da Saúde que está ao seu lado para participar e apoiar as medidas que sejam necessárias aplicar no momento”, disse o autarca de Sintra, acrescentando que a Câmara Municipal apoia o Governo, mas “para continuar o apoio”, não pode “admitir que direitos pessoais sejam postos em causa”.
Basílio Horta salientou a importância da melhoria das carreiras médicas porque, se “os médicos não têm condições de atração, não ficam [no serviço público]” e mudam para o setor privado.
Dada a “elevada afluência aos serviços de urgência” registada no hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), a administração da unidade lembrou, num comunicado enviado à Lusa na segunda-feira, que estão a ser alargados os horários de atendimento complementar nos cuidados de saúde primários dos concelhos de Amadora e de Sintra.
A administração do Hospital Fernando Fonseca recomendou ainda que, em caso de doença súbita, seja contactada primeiro “a equipa de família no Centro de Saúde/Unidade de Saúde Familiar (cuidados de saúde primários)” ou a linha SNS24, através do 808 24 24 24, devendo ficar reservado o atendimento no hospital a “situações agudas, graves urgentes e emergentes”.
Apesar de o hospital estar “super saturado”, Basílio Horta lembrou que “os centros de saúde já não são capazes de manter as necessidades habituais”, apontando a dificuldade em marcar consultas e a “grande pressão” existente nas unidades locais, como em São João das Lampas, Agualva e Algueirão-Mem Martins.
Na última semana, o Hospital Fernando Fonseca registou uma média diária de 738 episódios de urgência, com 56% das situações consideradas pouco urgentes ou não urgentes nos serviços pediátrico e geral, indicou a administração desta unidade no dia 5 de dezembro.
Em dia 29 de novembro, chefes e subchefes das equipas do Serviço de Urgência do hospital apresentaram a demissão, por considerarem estar em causa a qualidade assistencial e a segurança dos utentes.
A administração hospitalar manifestou disponibilidade para implementar medidas adicionais ao Plano de Contingência de Inverno e salientou o aumento do espaço físico alocado ao Serviço de Urgência, “com reflexo na melhoria das condições de segurança e conforto para os utentes e profissionais, bem como a contratação de 83 camas no exterior”.
LUSA/HN
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