Na sessão, que contou com a participação de vários especialistas da gigante farmacêutica, foram abordadas questões relacionadas com os benefícios, desafios, preços e elegibilidade da terapia genética.
Numa pequena análise sobre evolução da Medicina, Dirk Vander Mijnsbrugge, Rare Disease, Medical Affairs, Pfizer frisou que desde a década de oitenta têm sido verificados avanços significativos a nível terapêutico.
O especialista afirmou que nos últimos anos a tecnologia e as novas soluções terapêuticas têm tido um papel importante na progressão das doenças. “Nos anos 80 tínhamos dispon´veis medicamentos eficazes (…), mas o que tenho vindo a testemunhar é que a terapia genética tem o potencial transformar a doença de forma significativa”, evitando o seu progresso.
Na mesma linha de pensamento, Andrea Chiarello, EU Government Affairs, Pfizer defendeu a “urgência” de as autoridades europeias acelerarem o acesso dos doentes aos tratamentos. “É preciso que haja uma maior colaboração entre a comunidade científica e os decisores políticos de maneira a garantir, de forma célere, o acesso dos doentes a este tipo de tratamentos no espaço europeu”.
No encontro, Martin Schulz, Genetic Medicine, Medical Affairs, Pfizer sublinhou o papel da farmacêutica na disponibilização de tratamentos à base de terapia genética na área das doenças raras, garantindo que já estão a ser desenvolvidos vários ensaios clínicos.
“Os próximos anos vão ser muito empolgantes (…) Não só na Pfizer, mas em todo o campo de terapia genética, há cerca de 500 ensaios clínicos a serem desenvolvidos. Até ao momento, já contamos com a aprovação de 13 terapias genéticas na Europa. O FDA disse, há poucos anos, que até finais de 2025 poderiam vir a ser a aprovadas entre dez a vinte terapêuticas genéticas por ano”.
Em cima da mesa também esteve a questão dos preços. Apesar de a terapia genética ser vista como uma “esperança” para o tratamento de várias doenças, o preço de introdução no mercado implica um forte investimento económico para os países. Esta questão tem vindo a dificultar o acesso dos doentes às terapêuticas inovadoras.
Atendendo a esta realidade, Andy Powrie-Smith, Communications and Partnerships, da EFPIA, fez questão de explicar que a terapia genética conta com uma “tecnologia e tipo de intervenção completamente diferente (…). É muito mais complexa a nível de ciência e financiamento”.
Para Andy Powrie-Smith quando se fala em terapia genética é preciso olhar para além dos números e ter em linha de conta o seu “valor e contributo no sistema de saúde”.
Apesar de salientar os benefícios da terapia genética, Martin Schulz admite que nem todos os doentes são elegíveis. “Nos Estados Unidos e na Europa ocidental, perto de 30% dos doentes apresentam anticorpos neutralizadores que impedem a eficácia deste tratamento. No leste da Europa estes números podem ser mais altos.”
A sessão encerrou com a pergunta: “É a terapia genética o futuro da Medicina na Europa?”, Questão levantou consenso entre os especialistas que garantiram “o início de uma nova Era”.
Os intervenientes concluem que a terapia genética já faz parte da realidade das sociedades europeias, defendendo, por isso, o acesso célere dos doentes aos tratamentos.
HN/Vaishaly Camões
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