Saakashvili, de 54 anos, foi transportado para o hospital no ano passado, após uma greve de fome inicial de 50 dias, em protesto contra a sua prisão por “abuso de poder”, que organizações não-governamentais de direitos humanos denunciaram como politicamente motivadas.
Desde então, o ex-líder georgiano promoveu várias greves de fome em protesto contra a sua detenção, a mais recente na semana passada e que durou menos de um dia.
Um grupo de médicos radicado nos Estados Unidos, que examinou Saakashvili a pedido dos seus advogados, garantiu à agência France-Presse (AFP) que o político sofre de complicações devido às condições de detenção e que a sua vida está ameaçada.
“Está mais do que claro que sofreu maus tratos e foi exposto à tortura”, referiu à AFP um dos médicos, James Cobey, numa resposta por escrito.
A vida de Saakashvili “está diretamente ameaçada até que este seja transferido para um centro médico ocidental para tratamento urgente”, acrescentou.
Segundo o médico, o ex-Presidente precisa de quatro cirurgias ortopédicas que não podem ser feitas na Geórgia.
De acordo com outro médico, Eric Goldsmith, o antigo Presidente também sofre de problemas neurológicos que o tornam “gravemente deficiente”.
Também o médico Stuart Finkel garantiu que Saakashvili “sofre de uma variedade de doenças gastrointestinais”, enquanto o toxicologista David Smith afirma que o ex-Presidente foi “envenenado” com metais pesados na prisão e que precisa de “transferência imediata para um centro médico fora da Geórgia”.
No início do mês, o principal partido da oposição na Geórgia apresentou na Justiça um pedido de libertação do ex-presidente Mikheil Saakashvili, que acredita poder estar a ser envenenado, para realizar exames médicos no estrangeiro.
Por outro lado, as autoridades georgianas garantem que o Saakashvili recebeu todos os cuidados necessários.
À frente da Geórgia entre 2004 e 2013, Mikheil Saakashvili foi Presidente durante uma guerra no verão de 2008 com a Rússia, que terminou com uma rápida derrota georgiana.
Saakashvili passou oito anos no exílio, principalmente nos Estados Unidos e na Ucrânia, onde a sua carreira ganhou um segundo fôlego.
De regresso à Geórgia ilegalmente antes das eleições locais no início de outubro de 2021, Mikheil Saakashvili foi imediatamente preso para cumprir uma sentença de seis anos de prisão por “abuso de poder”, pronunciada à revelia em 2018.
LUSA/HN
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