“Pedimos a intervenção da ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho], sabemos que o SUCH também pediu, pois é uma situação urgente. Não queremos que chegue a dia 01 de janeiro [de 2023] e os trabalhadores sejam impedidos de entrar no seu local de trabalho”, referiu António Baião, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro.
Em declarações à agência Lusa, António Baião explicou que 42 trabalhadores da empresa SUCH, do serviço de recolha e tratamento de resíduos hospitalares nas unidades do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), “vão passar o Natal sem saber como vai ser o seu futuro”, no seguimento do processo de transferência da concessão deste serviço da empresa SUCH para uma nova empresa: a Ambimede, Gestão Ambiental.
“Lamentamos o posicionamento de ambiguidade do conselho de administração do CHUC, logo aquando da abertura do concurso para nova concessão, que deveria ter acautelado a situação dos trabalhadores, para que a empresa que concorresse já fosse a contar ficar com os trabalhadores. Agora a Ambimed diz não ter responsabilidades para com os trabalhadores, afirmando que não aceita a sua transferência, vínculo laboral e direitos, tentando demonstrar que se podem candidatar como novos trabalhadores para aquele serviço”, alegou.
De acordo com o representante do sindicato, o SUCH considerou que “apenas 15 ou 16 destes trabalhadores eram dos quadros”, sendo “transmitidos à empresa Ambimed, ao abrigo da nova concessão”.
“Aos restantes, o SUCH enviou carta de despedimento, por entender que eram trabalhadores a termo. Alguns destes trabalhadores vão enviar uma carta ao SUCH, a dizer que não se consideram despedidos, pois alguns trabalhavam ali há quatro e cinco anos, a desempenharem funções de caráter permanente, devendo ser considerados efetivos”, evidenciou.
No seu entender, também estes trabalhadores “deveriam ser transferidos para a Ambimed”.
“Estamos a dizer a todos os trabalhadores para se apresentarem ao serviço dia 01 de janeiro [de 2023], onde supomos que esteja alguém, da nova concessão, para dizer se deixa os trabalhadores entrarem ou não ao serviço. Se não os deixarem entrar, teremos de solicitar a intervenção das autoridades, para ficar comprovado em auto que os trabalhadores não foram autorizados a entrar ao serviço”, destacou.
O dirigente indicou ainda que o sindicato está à espera de reunir com conselho de administração dos CHUC, que “também tem responsabilidade social para com estes trabalhadores, que vão passar a quadra de Natal sem saber o seu futuro”.
LUSA/HN
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