Primeiro-ministro britânico pede ação “radical” para responder à crise da saúde

8 de Janeiro 2023

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, pediu este sábado uma abordagem “ousada e radical” para enfrentar a crise que afeta o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) numa reunião com os responsáveis do setor.

“Durante a pandemia, tivemos de ser audazes e radicais na forma como fizemos as coisas para nos safarmos. Acho que precisamos agora da mesma abordagem ousada e radical”, defendeu Sunak, durante o encontro de emergência realizado em Downing Street.

O NHS está sob pressão após vários anos de subfinanciamento, enfrentando agora um inverno particularmente difícil, com os serviços de urgência hospitalares sobrecarregados com as duas epidemias de gripe e de covid-19.

Além disso, milhares de camas hospitalares estão ocupadas por pessoas que estão aptas a receber alta, mas que não têm para onde ir devido à escassez de lugares nos cuidados de longo prazo.

Os números oficiais mostram que, na semana passada, apenas um terço dos doentes com condições clínicas para receber alta efetivamente deixou os hospitais.

De acordo com a agência France-Presse, as listas de espera cirúrgicas estão também a aumentar no país, que vive um contexto social tenso, com a contestação dos enfermeiros – o primeiro em mais de 100 anos – e dos paramédicos.

Face a esta situação, o Governo britânico, acusado de inação em relação ao setor da saúde, convocou para ontem uma reunião de emergência para tentar encontrar soluções para a crise.

“Hoje, juntos, podemos definir as coisas que vão fazer a maior diferença para o país e para todas as famílias, a curto e médio prazo”, acrescentou Rishi Sunak dirigindo-se a especialistas de saúde e líderes do setor.

Numa tentativa de pôr fim às greves que afetam o NHS, mas também a outros setores, o Governo de Sunak, que elencou a saúde como uma das suas cinco prioridades, convidou também os sindicatos para negociações na segunda-feira.

Os enfermeiros exigem um aumento acentuado dos salários para fazer face à inflação que ultrapassa os 10% no Reino Unido.

Antes das negociações, Pat Cullen, secretária-geral do principal sindicato do setor, o Royal College of Nursing, alertou que “a bola está claramente no campo do primeiro-ministro”, que deve “colocar dinheiro na mesa” para aumentar os salários ainda durante este ano.

LUSA/HN

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