Em declarações aos jornalistas no Ministério da Saúde, Manuel Pizarro disse que este plano “vai ser apresentado nas próximas semanas” e terá dois objetivos: aumentar o acesso às equipas de saúde familiar e criar um mecanismo de acesso aos cuidados de saúde primários para aqueles que não têm médico de família atribuído.
“Essas pessoas têm de ter acesso a modelos de cuidados primários, tentando ultrapassar os constrangimentos que se têm vivido nos últimos meses. Não nos parece adequado que as pessoas tenham de ir de madrugada para a fila, para a porta de um centro de saúde, para arranjar senha para fazer uma consulta”, afirmou o governante, admitindo que, neste âmbito, poderão ser consideradas as Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo C, também apelidadas de ‘cooperativas de médicos’.
Questionado sobre a regulamentação das USF modelo C, o ministro respondeu: “ Não há nenhum preconceito contra a eventual criação de unidades de saúde modelo C por cooperativas de médicos ou por IPSSS. O assunto está a ser estudado do ponto de vista técnico, para saber se é exequível tomar essa medida”.
“Vamos encontrar resposta porque não é seguramente inútil para as pessoas criar medidas que depois não contribuam de facto para melhorar soluções”, acrescentou.
Manuel Pizarro disse ainda que há medidas que estão já em prática em alguns dos centros de saúde que o Governo quer ver replicadas noutros, dando o exemplo da medida Via Verde, em vigor no Seixal, onde os utentes sem médicos de família conseguem marcar de véspera, pelo telefone, uma consulta e ser atendidos por elementos de uma equipa que tem médicos, enfermeiros e assistentes.
“Temos de generalizar estes modelos alternativos para que as pessoas não sejam sujeitas a uma situação que é profundamente indigna, repito, que é a circunstância de irem de madrugada, num dia qualquer da semana ou do mês, para a porta do centro de saúde, arranjar uma senha para uma consulta”, insistiu.
Disse ainda que “se e quando for necessário” não há qualquer preconceito em recorrer aos setores privado e social para garantir acesso aos cuidados primários de saúde.
“O nosso objetivo é criar unidades de saúde familiar públicas para acesso a todos os portugueses, também, naturalmente, na região de Lisboa e Vale do Tejo. Enquanto isso não for possível, nós temos de ter modelos alternativos que permitam às pessoas acesso a cuidados primários, porque as pessoas necessitam desses cuidados por elas próprias, pela promoção da sua saúde e também porque isso permite um outro aspeto muito relevante, que é aliviar a procura excessiva dos cuidados de urgência”, acrescentou.
LUSA/HN
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