A operação de concentração notificada consiste na compra do Hospital Internacional dos Açores (HIA), inaugurado em março de 2021, pela CUF – Sociedade Gestora de Participações Sociais que detém atualmente 10 hospitais, nove clínicas e um instituto.
O ‘acordo de princípio’ para o negócio foi divulgado, em comunicado, em meados de outubro do ano passado, sem avançar o montante financeiro envolvido na aquisição do HIA.
Nesse documento, os acionistas do HIA destacavam a compra como “uma mais-valia para o projeto”, por alargar a capacidade instalada e a diferenciação clínica na Região Autónoma dos Açores, salientando ainda a “estratégia inicial do hospital, que conta já com uma existência de dois anos no mercado, aliada a uma capacidade instalada diferenciada e uma oferta global de excelência a experiência e dimensão da CUF no mercado nacional”.
No aviso do regulador da concorrência, a CUF é descrita como uma sociedade integrada no Grupo CUF, que compreende um conjunto de empresas que operam na área da prestação de cuidados de saúde e atividades complementares.
Atualmente, a rede CUF compreende 10 hospitais, nove clínicas e um instituto, em Lisboa, Porto, Almada, Oeiras, Cascais, Sintra, Mafra, Montijo, Torres Vedras, Santarém, Coimbra, Viseu, São João da Madeira e Matosinhos.
Já a HIA é a empresa que explora o Hospital Internacional dos Açores, uma unidade hospitalar privada que presta serviços de saúde, desde consultas a serviços de cirurgia, em diversas especialidades médicas, em regime de ambulatório e de internamento, cuidados intensivos, maternidade, assim como serviços de imagiologia e de anatomia patológica, entre outros.
O primeiro hospital privado dos Açores foi inaugurado em 08 de março de 2021, num investimento de 40 milhões de euros que visava evitar a deslocação ao continente de doentes do Serviço Regional de Saúde.
Na altura, na cerimónia de inauguração, o presidente do Conselho de Administração do HIA, Luís Farinha, referiu que a nova unidade apresentava mais de 40 especialidades, algumas das quais não existentes nos Açores, e pretendia oferecer aos seus clientes “cuidados de saúde de excelência”, estando dotado de 50 consultórios, 96 camas e cinco blocos operatórios.
Neste momento, existem nos Açores apenas três hospitais, todos afetos ao Serviço Regional de Saúde, um dos quais em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, outro em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e outro na Horta, na ilha do Faial.
Luís Farinha recordou que, pelas especialidades que possui, algumas das quais não existem nos Açores, seria possível evitar a deslocação ao continente por parte de utentes do Serviço Regional de Saúde e combater as listas de espera do sistema público.
É o caso, entre outras especialidades, da cirurgia cardíaca, oftalmologia (vitrectomia), urologia e cirurgia estética.
LUSA/HN
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