Enfermeiros especialistas exigem, no Porto, contabilização dos anos de serviço

7 de Fevereiro 2023

Algumas dezenas de enfermeiros especialistas concentraram-se hoje em frente ao Hospital de São João, no Porto, para exigir que o Ministério da Saúde contabilize os anos de serviço para efeitos de progressão na carreira.

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora da direção regional do Porto do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Fátima Monteiro, afirmou que a lei publicada no final do ano sobre o descongelamento de carreiras dos enfermeiros “veio pôr a nu incongruências”.

“Enfermeiros com mais anos de profissão e com mais anos na categoria de enfermeiro especialista, com a lei existente, ficam a ganhar menos do que um colega com menos anos de profissão e menos anos na categoria. Temos colegas com 14/15 anos roubados. A valorização da profissão é uma emergência”, disse a sindicalista.

Fátima Monteiro falava ao lado da concentração de enfermeiros, junto a faixas onde se lia “Sou enfermeiro especialista, fiz um concurso e tenho mais anos de serviço, mas a minha remuneração é inferior”, “Não basta prometer. É preciso fazer” ou “A experiência profissional tem de ser valorizada”.

A coordenadora regional do SEP acusou o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, de estar a promover “uma injustiça tremenda” e, reafirmando que o sindicato “já alertou para a situação na qual se encontram pelo menos 2.500 enfermeiros especialistas”, vincou: “Este Governo cria injustiças”.

“Estes colegas estão a exigir não serem discriminados e que todo o tempo de trabalho não seja anulado. [Os anos de serviço] existiram e têm de contar para efeitos de progressão. Isto não é um aumento. É algo que é de direito destes trabalhadores”, disse Fátima Monteiro.

Reiterando que “a lei é cega e está mal feita”, Fátima Monteiro também lamentou que estejam a ser determinados serviços mínimos para dias de greve, apontando que “o Tribunal Arbitral decretou mínimos em que o número de enfermeiros para um dia de greve é superior a um dia normal”.

“É inaceitável num país democrático que se ponha em causa o direito à greve”, vincou.

Na concentração, na qual estiveram algumas dezenas de enfermeiros de Hospitais e Centros de Saúde do Grande Porto, ouviram-se palavras de ordem como “Anos trabalhados devem ser contabilizados” ou “Costa, escuta, os enfermeiros estão em luta!”.

LUSA/HN

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