Nenhuma nova variante foi detetada na China durante recente surto

8 de Fevereiro 2023

Um estudo hoje divulgado pela revista científica The Lancet confirma que nenhuma nova variante do coronavírus que causa a covid-19 foi detetada na China durante o surto de finais de 2022.

Segundo o estudo, que corrobora conclusões da Organização Mundial da Saúde (OMS), as subvariantes BA.5.2 e BF.7 da variante Ómicron do SARS-CoV-2 dominavam na capital chinesa, Pequim, entre 14 de novembro e 20 de dezembro de 2022, contribuindo juntas para mais de 90% das infeções locais.

Em 04 de janeiro, a OMS tinha indicado que as mesmas subvariantes, em circulação noutros países, contribuíram igualmente, juntas, para mais de 90% das infeções adquiridas na China e cujos dados genéticos foram recolhidos partir de 01 de dezembro.

A China, onde foi detetado o SARS-CoV-2 em finais de 2019, acabou em 07 de dezembro com as políticas de controlo da covid-19 que incluíam confinamentos, testes em massa e quarentenas.

Em consequência do alívio das medidas, acrescido da falta de eficácia das vacinas chinesas e de um número baixo da população vacinada, as infeções e mortes aumentaram na China de forma galopante em finais de 2022, levando vários países, incluindo Portugal, a impor restrições aos viajantes provenientes da China, como testes e uso de máscara.

De acordo com o estudo hoje publicado na revista britânica The Lancet, as subvariantes BA.5.2 e BF.7 já circulavam, contudo, de forma significativa em Pequim mesmo antes do fim da política chinesa “zero covid”.

O estudo, feito por cientistas de várias instituições chinesas, teve por base a análise de 413 sequências genéticas do SARS-CoV-2 de pessoas infetadas.

Do total de sequências genómicas analisadas, 350 reportavam-se a infeções transmitidas localmente na China e 63 a casos importados de igual número de países.

Embora limitado a Pequim, o estudo concluiu que a população das subvariantes BA.5.2 e BF.7 aumentou depois de 14 de novembro, sendo que, após esta data, a BA.5.2 e a BF.7 representavam, respetivamente, 16,3% e 75,7% das infeções locais.

Enquanto a BF.7 aumentou gradualmente a partir de 14 de novembro, a BA.5.2 aumentou acentuadamente a partir de 30 de novembro, assinala o artigo da The Lancet.

A 29 de dezembro, quando se opunha à despistagem obrigatória da covid-19 na União Europeia (UE) para os viajantes oriundos da China, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças realçou que os países da UE apresentavam “níveis de imunização e vacinação relativamente elevados” e que as variantes do SARS-CoV-2 predominantes na China já circulavam na UE.

A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, um tipo de vírus que foi detetado há três anos na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, assumindo várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.

Desde 11 de março de 2020 que a covid-19 é uma pandemia e desde 30 de janeiro de 2020 uma emergência de saúde pública internacional.

LUSA/HN

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