Uma pesquisa realizada por investigadores da Universidade de Surrey e da Universidade do Alabama em Birmingham quis avaliar o papel das bactérias intestinais no desenvolvimento da doença de Parkinson.
Ao tratar-se de uma doença profundamente incapacitante, os resultados representam uma descoberta importante para os doentes e para a comunidade médica.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum, tendo a sua prevalência aumentado nos últimos anos. Estima-se que mais de 8,5 milhões de pessoas sofram da doença.
Ayse Demirkan, um dos autores do estudo, sublinhou que o número de doentes diagnosticados duplicou nos últimos 25 anos, alertando, ao mesmo tempo, para um aumento da mortalidade. “Isso é muito preocupante, pois não há cura conhecida”.
Apesar do cenário atual, o investigador destacou a importância da ciência. “Quanto mais aprendemos sobre as causas da doença, mais informados podemos estar no desenvolvimento de novos tratamentos e, eventualmente, uma cura”.
O estudo que sugeriu uma ligação ente as bactérias do intestino e o desenvolvimento da doença contou com a participação de mais de 700 pessoas – 490 pessoas com doença de Parkinson e 234 pessoas neurologicamente saudáveis foram recrutadas.
A pesquisa envolveu uma análise às fezes dos participantes.
“A composição das bactérias intestinais dos doentes com Parkinson consiste em uma superabundância de patógenos e bactérias que podem desencadear respostas imunes entre vários outros mecanismos, envolvendo várias vias metabólicas bacterianas, mostrando-nos uma fachada complexa do distúrbio no intestino”, notou Ayse Demirkan.
O estudo “Metagenomics of Parkinson’s disease implicates the gut microbiome in multiple disease mechanisms” foi publicado na revista científica Nature Communications.
AG/RN/HN/VC
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