Ainda assim, cerca de 81% sentem que a sua doença está controlada. Estas são algumas das principais conclusões de um inquérito promovido pela Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC), realizado pela Spirituc, com o apoio da Bayer.
A insuficiência cardíaca (IC) é a área de foco do mais recente estudo da AADIC, divulgado no âmbito da campanha “O lugar do Coração é em Casa”, que visa promover o aumento da literacia e incentivar as pessoas com insuficiência cardíaca a cuidarem do seu coração, de forma a permanecerem em casa, junto de quem mais gostam, evitando os internamentos hospitalares, frequentes quando a insuficiência cardíaca não está devidamente tratada e compensada.
“Apesar de a insuficiência cardíaca afetar cerca de 400 mil portugueses, o inquérito demonstrou que ainda existe uma grande falta de conhecimento. Mais de metade dos inquiridos (67%) revelaram que as pessoas que sofrem de insuficiência cardíaca não sabiam nada sobre a doença no momento do diagnóstico”, realça Luís Filipe Pereira, presidente da AADIC.
No campo do diagnóstico, cerca de 44% dos doentes foram diagnosticados em contexto de consulta de rotina, porém cerca de 20% receberam o diagnóstico durante um episódio de urgência ou hospitalização.
A insuficiência cardíaca é a primeira causa de hospitalização em pessoas com mais de 65 anos. Luís Filipe Pereira acrescenta que “sempre que ocorre um episódio de descompensação, o doente é levado para o hospital e, por vezes, permanece lá durante um período de tempo. Isto implica que esteja temporariamente afastado da sua rotina e dos seus familiares e amigos. Por isso, é urgente promover a partilha de informação sobre a insuficiência cardíaca e sobre os cuidados a ter para uma melhor gestão da doença”.
O inquérito demonstrou ainda que cerca de 40% dos inquiridos consideram que a IC tem um elevado impacto em todas as esferas da sua vida. Alguns doentes sublinham que deixaram de fazer algumas coisas de que gostam, como ir à rua ou conviver com outras pessoas, por se sentirem muito cansados (70%), com picos de ansiedade (49%) ou emocionalmente instáveis (45%).
No que diz respeito aos principais desafios, quem vive com a doença aponta a superação do medo/ansiedade/depressão e a gestão dos sintomas físicos (dor, falta de ar e cansaço). Já as expetativas são unânimes e concentram-se em torno da criação de medicamentos mais eficazes (35%), melhorando a qualidade de vida e contribuindo, assim, para reduzir o número de hospitalizações e manter o coração do doente no lugar certo, em casa.
O estudo baseia-se em 117 inquéritos realizados a portugueses de ambos os géneros, com insuficiência cardíaca, residentes em Portugal Continental e com 50 ou mais anos de idade. Os inquéritos foram feitos entre os dias 21 de junho e 23 de dezembro de 2022, com o objetivo de avaliar a perceção e o impacto da IC.
PR/HN/RA
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