Jean Kaseya médico do Congo vai liderar Africa CDC nos próximos quatro anos

23 de Fevereiro 2023

Jean Kaseya, médico da República Democrática do Congo (RDCongo), foi nomeado pela Assembleia da União Africana na passada segunda-feira, diretor-geral do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), anunciou hoje a organização pan-africana.

Kaseya recebe a pasta de Ahmed Ogwell, diretor interino do organismo da União Africana para a saúde pública, desde o início de maio, depois da saída do anterior diretor-geral do Africa CDC, John Nkengasong, que assumiu as funções de coordenador geral dos Estados Unidos para o combate à sida em todo o mundo.

As primeiras declarações do novo diretor-geral do Africa CDC foram no sentido do compromisso do organismo a “trabalhar em estreita colaboração” com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para “abordar questões de saúde em África”, uma posição que parece colocar de lado a fratura que se abriu entre o Africa CDC e a OMS no verão passado sobre o grau de autonomia que o organismo da UA deveria ter para declarar emergências de saúde pública regionais.

“Hoje, após a confirmação, o meu primeiro telefonema foi com a Dra. [Matshidiso] Moeti [diretora regional da OMS para África] para reiterar o meu compromisso de trabalhar em estreita colaboração com a OMS para abordar questões de saúde em África”, nomeadamente em questões que vão desde a cobertura universal da saúde em África ao reforço da capacidade de produção local na era pós-covid-19, declarou Kaseya.

O novo diretor trabalha em saúde pública há mais de duas décadas, tendo assumido vários cargos superiores, nomeadamente na Unicef na República do Congo e na Namíbia, onde liderou o projeto de vacina contra a meningite. Entre junho de 2020 e fevereiro de 2021, serviu como chefe global da equipa africana para o combate à pólio na Fundação Bill e Melinda Gates.

O novo diretor-geral do Africa CDC foi nomeado para um mandato de quatro anos, para supervisionar as funções principais e objetivos-chave da organização no domínio da saúde pública no continente, nomeadamente a monitorização potenciais ameaças de doenças e de ajuda aos seus 55 estados-membros a “colmatar lacunas na regulamentação internacional em matéria de saúde”, de acordo com a nota da UA divulgada hoje.

A função assumida pelo médico congolês passa ainda pela supervisão das políticas de apoio na preparação e resposta a emergências de saúde pública e o mapeamento de avaliações de perigos e riscos a nível regional e nacional nos Estados-membros.

LUSA/HN

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