O estudo CardioREnal and Metabolic (CaReMe), que contou a participação de mais de 600 mil doentes, quis avaliar o peso da insuficiência cardíaca nos sistemas de saúde. Trata-se de um dos maiores estudos de evidência do mundo real na área da IC.
Os resultados do estudo mostram que doentes com IC de fração de ejeção preservada (ICFFEp) e moderadamente reduzida (ICFFEr) representam 60% de todos os doentes com IC.
Os dados alertaram ainda que os doentes com IC apresentavam inúmeras comorbilidades, sendo as mais frequentes: doença renal crónica (DRC), doença cardíaca isquémica, fibrilação auricular e diabetes.
Relativamente ao peso económico, a pesquisa revela que os custos hospitalares associados à IC e à DRC foram os mais elevados, em comparação com doenças cardiovasculares, como o ataque cardíaco e o acidente vascular cerebral.
Em Portugal o estudo foi conduzido pelo Professor Tiago Taveira Gomes, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Segundo o especialista, “até à data, foram poucos os estudos que avaliaram a prevalência, o impacto e os custos da insuficiência cardíaca, com base em evidências do mundo real que sejam representativas do atual problema.”
“O estudo CaReMe HF é um dos maiores, mais longos e mais amplos estudos que avalia esta doença crónica. Os resultados destacam o considerável impacto da IC na saúde pública e a importância da gestão da doença para melhorar a vida dos doentes e reduzir os custos em saúde”, sublinhou.
Os resultados foram divulgados esta terça-feira no Heart do BMJ.
PR/HN/VC
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