“Moçambique, contrariamente àquilo que está a acontecer na região, está fora da lista dos países em risco de fome, segundo a FAO”, lê-se em comunicado distribuído pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Mader) moçambicano.
“Este é um grande sucesso dos moçambicanos”, referiu o governante, citado no mesmo comunicado, após um encontro com o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu.
“Nós estamos a ter estes resultados, mas agora o nosso grande desafio é ter a certeza de que são sustentáveis”, disse, referindo que “menos de 10% da população está em situação de insegurança alimentar”.
“Então significa que 90% da população tem alimentação segura, ou seja, já consegue ter três refeições por dia”, acrescentou.
A população moçambicana ronda atualmente os 32,4 milhões de habitantes, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Para Celso Correia, agora há que “melhorar a dieta e ter mais estabilidade no acesso aos alimentos”, ou seja, melhorar o estado da nutrição é o desafio que se segue.
Outra agência das Nações Unidas, o Programa Alimentar Mundial (PAM), referiu no seu mais recente relatório sobre o país (publicado em dezembro) que a maioria dos moçambicanos “não pode arcar com o custo de uma dieta nutritiva”.
“Altos, os níveis de subnutrição afetam quase metade das crianças com menos de cinco anos” e “cerca de 1,45 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda grave, de acordo com a mais recente avaliação” – sendo que, destes, 932.000 estão na província de Cabo Delgado, que há cinco anos enfrenta uma insurgência armada.
“Quase metade da população permanece abaixo do limiar de pobreza”, nota o PAM.
À situação de pobreza acresce o facto de Moçambique ser um dos países mais ameaçados por eventos extremos, enfrentando este ano várias inundações devido a uma intensa época das chuvas.
Sobre a situação concreta, Celso Correia sublinha que está a ser feito um “mapeamento das zonas mais afetadas” para permitir a “disponibilização de sementes para a segunda época para hortícolas, logo que as águas baixem”
Em Roma, Celso Correia frisou que Moçambique pretende tornar-se “um país sustentável a nível de agricultura, apostando na transferência de tecnologia, com o apoio de todos os parceiros”.
“Há boas perspetivas para o futuro intensificando e melhorando a coordenação”, concluiu.
LUSA/HN
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