O HFF tem 800 camas de internamento, um número “manifestamente insuficiente” para a área geográfica de abrangência do hospital, que “é a maior de todas as instituições do SNS”, refere o hospital numa resposta escrita enviada à agência Lusa.
Excluindo as camas das especialidades de Pediatria, Ginecologia-Obstetrícia e Psiquiatria, a capacidade de internamento do HFF é de 635 camas, sublinha o hospital, adiantando que serve uma população recenseada de mais de 550.000 habitantes.
Para poder responder às necessidades de internamento, o Hospital Fernando Fonseca tem contratualizadas atualmente 99 camas no exterior, 59 das quais para resposta a casos sociais, 25 para resposta a utentes referenciados para a Rede Nacional de Cuidados Continuados e 15 com um hospital privado para resposta a doentes agudos.
Questionado pela Lusa sobre o encargo mensal com estas medidas, o hospital informou que “são custos muito elevados, que não têm a ver com prestação de cuidados de saúde e que impactam o orçamento do hospital”.
O encargo é de mais de 180 mil euros mensais e ascende a mais de 2,2 milhões de euros anuais, um valor semelhante ao custo de um robot cirúrgico Da Vinci.
Segundo a instituição, os custos com a contratualização de camas sociais e de rede de cuidados continuados absorvem mais de dois terços deste valor.
“A resposta foi reforçada em 10 camas nas últimas duas semanas para diminuir a pressão assistencial do internamento no Serviço de Observação da Urgência do HFF”, adianta.
O Serviço de Urgência Geral do hospital tem uma média de 400 episódios de urgência por dia, o que põe sob pressão o Serviço de Observação, onde chegam a estar mais de 100 doentes a aguardar internamento, quase o triplo da capacidade, como aconteceu na passada segunda-feira quando o ministro das Saúde visitou o hospital.
Para libertar camas de enfermaria e dar resposta aos doentes que têm alta clínica e que aguardam reposta social, o hospital tem contratualizadas 59 camas que estão “permanentemente ocupadas”, segundo o HFF, que tem internados nas suas instalações 15 doentes sociais com alta.
Ressalva, contudo, que desde 24 de fevereiro, saíram 14 doentes sociais para lares de idosos, no âmbito da portaria publicada no passado dia 23 de fevereiro que estabelece as condições em que é efetuada a articulação interinstitucional para referenciação e acompanhamento de pessoas que, por motivos sociais, permanecem internadas após a alta clínica no SNS, através do recurso a um acolhimento temporário e transitório em resposta social.
LUSA/HN
0 Comments