Trata-se de uma iniciativa nacional para melhorar o controlo da hipertensão arterial (HTA). A sessão de apresentação contou com Luís Bronze e Pedro Damião, e teve como moderadores Luís Martins e Rosa Pinho.
A SPH “vai desenvolver um programa estratégico multifacetado que permita controlar 70% dos hipertensos vigiados nos cuidados de saúde primários em Portugal até 2026. Vai materializar-se na implementação de um conjunto de ações destinadas a doentes e profissionais de saúde”, anunciou.
Esta iniciativa tem como população alvo os profissionais de saúde e toda a comunidade portuguesa. “Definimos como objetivos: reduzir a inércia médica motivando a proatividade dos profissionais de saúde, potenciar a adesão à terapêutica dos já diagnosticados como hipertensos e promover a literacia em saúde na população em geral. Entre as variadas ações, pretendemos alertar a população para a importância da medição regular da pressão arterial e informar a população para os riscos da hipertensão (HTA) não controlada”, adianta a direção da SPH.
Luís Bronze, cardiologista, ainda presidente da SPH, salienta que “em Portugal, apesar de 75% dos hipertensos estarem sob medicação, o controlo tensional continua a ser insuficiente, e em parte este problema é causado pela falta de adesão à terapêutica”. “As idas ao médico são essenciais porque servem também para motivar os doentes a aderir à terapêutica e a consciencializá-los para os fatores de risco concomitantes. Estas são medidas indispensáveis para controlar esta pandemia silenciosa que é a hipertensão. A Covid afastou muitos doentes de uma rotina de controlo da pressão arterial, estimando-se que o seguimento dos doentes tenha sido reduzido em cerca de 20%. É preciso recuperar essas rotinas e esses doentes.”
Rosa de Pinho, médica de família, que agora assume a direção da SPH, recorda que, “conhecida como a ‘pandemia silenciosa’, a HTA, segundo o estudo PHYSA, afeta cerca de 42% da população portuguesa e estima-se que mais de 25% dos doentes desconheça que sofre desta patologia crónica. Não tem sintomas e está ligada a doenças cardiovasculares graves, nomeadamente aos Acidentes Vasculares Cerebrais, que surgem sem aviso prévio, com taxas de mortalidade ou incapacidade elevadas”.
De acordo com Rosa de Pinho, a “Iniciativa Nacional tem como uma das prioridades as iniciativas junto da comunidade, sensibilizando e consciencializando a população para a importância de medir regularmente a pressão arterial, de aderir à terapêutica e de consultar o médico periodicamente para vigilância da doença. Para isso, e beneficiando do papel de Liga da SPH, será implementado um plano de ações com o intuito de divulgar e explicar a HTA junto do público em geral; informar, esclarecer e educar o doente sobre como lidar com a doença; e apoiar os doentes no seu dia a dia. A outra prioridade, enquanto sociedade científica, a SPH tem como objetivo envolver os profissionais de saúde, no sentido de assegurar a atualização de conhecimentos e formação; e convidar à participação de outras entidades, com o objetivo comum de aumentar o controlo da pressão arterial”. Será criado um prémio para projetos de profissionais de saúde que desenvolvam atividade relevante nesta área da melhoria da adesão à terapêutica e do controlo de HTA.
De forma a poder fazer o seguimento da eficiência das ações, a SPH fará uma avaliação regular dos indicadores disponíveis no bilhete de Identidade dos Cuidados de Saúde Primários (BI-CSP), sabendo que, à data, há 52,8% dos hipertensos vigiados nos CSP controlados (PA< 140/90 mmHg).
Através de um plano de ação estruturado, a SPH pretende, assim, alterar a realidade atual de um controlo deficiente da pressão arterial, já que a HTA é o fator de risco cardiovascular mais comum em Portugal e contribui para a elevada prevalência de acidente vascular cerebral, bem como de outras doenças cardiorenovasculares, como a doença isquémica cardíaca, demência vascular e doença renal crónica.
PR/HN/RA
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