“Acho que não é demasiado ambicioso dizer que o que temos em Coimbra – com toda esta rede que envolve Universidade, CHUC, Instituto Politécnico, empresas da área farmacêutica, base tecnológica, Instituto Pedro Nunes e laboratórios de investigação, tudo numa área tão pequena e com facilidade de comunicação – não existe noutras latitudes europeias e mundiais”, disse Carlos Santos.
O responsável falava aos jornalistas no final da sessão de abertura do VI Meetup do Digital Health Portugal– Bio Banks and Health Research, dedicado ao tema “Desafios e Oportunidades”, a propósito do biobanco criado em Coimbra, num consórcio que integra o Centro Académico e Clínico de Coimbra, CHUC e Universidade de Coimbra (UC).
Segundo Carlos Santos, o biobanco “é uma estrutura extraordinária”, que tem potencial para “alavancar projetos de investigação que criam impacto na cadeia de valor em saúde e na investigação clínica e translacional”.
Para o presidente do CHUC, o objetivo é fazer “deste ecossistema em Coimbra um ecossistema transformador desta realidade e com impacto em tudo aquilo o que é apresentado aos cidadãos como solução para os seus problemas”.
“Temos condições para sermos muito mais competitivos do que aquilo que temos sido e mais competitivos do que a maioria dos ecossistemas que existem em Portugal e na Europa”, enfatizou.
O diretor da Faculdade de Medicina da UC salientou o “potencial enorme” devido às diversas áreas de investigação “muito fortes na área das neurociências, cardiovascular, ciências da visão, oncologia, transplantação e em muitas áreas muito inovadoras que estão a emergir e que podem resultar numa utilização muito mais alargada”.
Salientando que o biobanco “é uma base fantástica de trabalho, Carlos Robalo Cordeiro frisou que o futuro Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento, que está a ser construído no perímetro do CHUC, vai ser “um enorme fornecedor de material nas diversas áreas em que vai desenvolver investigação”.
“Se começarmos a estruturar projetos que tenham a ver com o envelhecimento, com recolha de amostras em população que hoje não é idosa, mas que o vai ser daqui a 30 ou 40 anos, isso poderá ser uma importante base de recolha de informação, estudo, pesquisa e, sobretudo, na promoção dos melhores cuidados de saúde”, sublinhou.
O especialista realçou ainda que o biobanco pode permitir “a conversa entre as diversas instituições, maior articulação hospitalar, universitária e de laboratórios de investigação, que pode ser o ponto de encontro, já que está muito bem equipado e tem todas as condições”.
Promovido pelo Digital Health Portugal, em colaboração com o Health Data Forum e o CHUC, o VI Meetup do Digital Health Portugal– Bio Banks and Health Research contou com a participação de oradores nacionais e estrangeiros que abordaram os principais desafios que se colocam aos biobancos, como questões éticas, governança, envolvimento da comunidade, confiabilidade e subutilização das amostras, entre outros.
LUSA/HN
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