FMUP debateu o futuro pedagógico do ensino médico

19 de Março 2023

Mais de 70 professores, futuros médicos e representantes de diversas escolas médicas e do ensino secundário estiveram reunidos na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), no passado dia 14 de março, para debater a avaliação pedagógica no ensino médico.

Organizada pelo Conselho Pedagógico da FMUP, esta iniciativa teve como grande objetivo promover uma reflexão profunda sobre o ensino da Medicina através de um diálogo intergeracional que juntou não só professores e alunos do 12.º ano, como também representantes das associações de estudantes e dos conselhos pedagógicos das diversas escolas médicas.

Nesta primeira reunião aberta, coube a Vasco Cremon de Lemos, presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), apresentar as linhas gerais de um programa que reúne a “visão” dos estudantes sobre o funcionamento pedagógico dos cursos de Medicina.

Segundo o estudante da NOVA Medical School, os futuros médicos privilegiam determinados aspetos como, por exemplo, “sentir a empatia do professor pelo contexto em que se está inserido” e a preferência por aulas dinâmicas, “em que muitas vezes é o estudante a dar a aula e o professor a avaliar a sua prestação”.

“Num curso tão longo como é o Mestrado em Medicina, é importante que se assista a uma crescente autonomia ao longo dos seis anos, ou seja, é suposto que um estudante do primeiro ano necessite de maior orientação do que um estudante finalista”, constatou o presidente da ANEM.

Ainda de acordo com o representante estudantil, deveríamos passar de um sistema de ensino vertical para um ensino horizontal, apresentando “um conceito não tanto de pedagogia, mas mais de andragogia, em que os estudantes sejam orientados a aprender”.

Durante a sua intervenção, Vasco Cremon de Lemos defendeu que as escolas médicas continuem a investir cada vez mais nas áreas da simulação e da tecnologia, sem descurar, no entanto, “a capacidade de estimular o espírito crítico dos estudantes de Medicina, seja no tratamento da informação, seja na capacidade de distinguir aquilo que é fidedigno ou não”.

O estudante lisboeta não terminou sem antes destacar a “componente humana que nunca poderá ser substituída nesta área por qualquer tipo de máquinas”.

A sessão contou ainda com as intervenções de Roberto Roncon de Albuquerque, presidente do Conselho Pedagógico, e de Altamiro da Costa Pereira, diretor da FMUP, que congratulou a pertinência desta iniciativa inédita que juntou diversos grupos com interesse no ensino médico.

Terminado o momento de debate, o programa seguiu com uma visita guiada por alguns dos espaços da Faculdade de Medicina, como o Teatro Anatómico, o Centro de Simulação Biomédica e a Aula Magna, entre outros.

FMUP 

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