HFF abre unidade dedicada ao tratamento do AVC e cria grupo de ajuda para sobreviventes

31 de Março 2023

O Hospital Fernando Fonseca (HFF) anunciou a entrada em funcionamento de uma unidade dedicada ao tratamento de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) a e implementação do seu Grupo de Ajuda Mútua (GAM).

A Unidade de Acidente Vascular Cerebral no HFF é hoje, Dia Nacional do AVC, inaugurada formalmente.

Esta aposta do HFF passa por um investimento na abordagem e reorganização do circuito de prestação de cuidados ao doente vítima de AVC, com a sua integração no circuito da “Via Verde do AVC”.

O objetivo principal da criação da Unidade de AVC do HFF é aumentar a capacidade de resposta diferenciada na prestação de cuidados a estes doentes, nomeadamente para a realização de terapêutica de fase aguda, vigilância e estabilização clínica, e reabilitação precoce do doente vítima de AVC.

Esta unidade está localizada no piso 5 da Torre Sintra e terá uma lotação máxima de 32 camas de internamento, seis das quais de cuidados intermédios. Na atual fase de implementação, a capacidade instalada da unidade é de vinte camas de internamento e três de cuidados intermédios.

O AVC é uma emergência médica e de saúde pública, sendo atualmente a principal causa de morte e incapacidade permanente em Portugal. A cada hora, três portugueses sofrem um AVC. Um deles não sobrevive e metade ficarão com sequelas incapacitantes.

Teresa Mesquita, coordenadora da unidade, explica a mudança de paradigma que vai ser implementada: “Anualmente, no HFF, são realizadas mais de 350 Vias Verdes AVC, com uma tendência crescente face à população que este hospital serve. A abordagem ao doente agudo com AVC é uma emergência de saúde pública, sendo os Serviços de Urgência a principal porta de entrada do doente. Um dos objetivos da UAVC é contribuir para retirar do Serviço de Urgência os doentes em tratamento de fase aguda, crescendo em capacidade de cuidar e iniciar o restante estudo, prevenção e tratamento de complicações, e iniciar precocemente o caminho de reabilitação, frequentemente prolongado, que estes doentes e famílias têm de enfrentar, contribuindo para assegurar a continuidade de cuidados. Para esse efeito, estamos a formar uma equipa multidisciplinar, motivada e com formação específica.”

Esta unidade vai funcionar em contexto de multidisciplinariedade. Teresa Mesquita explica: “É nosso objetivo trabalhar em estreita colaboração com os Serviços de Neurologia, Medicina Interna, Cuidados Intensivos, Medicina Física e Reabilitação, Serviço Social e todos os que possam, de alguma forma, ter um papel nos cuidados destes doentes. É fundamental assegurar o início precoce de reabilitação, com utilização dos recursos hospitalares e referenciação também para os cuidados pós-internamento, após a alta hospitalar, articulação que é difícil, muitas vezes falha e na qual temos de investir para o bem dos nossos doentes, suas famílias e da sociedade em geral.”

Os Grupos de Ajuda Mútua (GAM) reúnem doentes sobreviventes de AVC, os seus familiares ou cuidadores, e a sua constituição é promovida pela Associação Portugal AVC. Estão presentes em vários hospitais do país e têm contribuído para a integração e diminuição da exclusão social dos sobreviventes de AVC.

O GAM do HFF vai reunir-se na última sexta-feira de cada mês, às 14h30, no espaço físico do hospital. Destina-se a proporcionar a partilha de experiências, pretendendo ser um apoio determinante para os sobreviventes de AVC, considerando os múltiplos desafios e dificuldades que enfrentam. Além de informação sobre a doença e formas de lidar com a mesma, os GAM proporcionam apoio e conforto a quem deles beneficia.

Joana Chêdas, presidente do Conselho de Administração do HFF, assinala o dia 31 de março de 2023 como particularmente feliz para a instituição: “Hoje damos um passo muito significativo na diferenciação dos cuidados de saúde prestados ao doente agudo de AVC. Estamos a fazer esse compromisso de honra perante mais de meio milhão de utentes para as quais temos sempre as nossas portas abertas”.

PR/HN/RA

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