08/05/2023
O evento consiste numa iniciativa formativa da SPAVC destinada primariamente a médicos especialista de Medicina Geral e Familiar e outros profissionais de saúde dedicados à prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação do AVC.
A SPAVC explica, em comunicado, que o encontro visa promover a “discussão interpares e multidisciplinar, em sessões eminentemente práticas, centradas em casos clínicos, com interação e recurso a televoto”.
O programa culminará com o “Stroke Sunset” – caminhada em grupo destinada à sensibilização da população através da distribuição de folhetos sobre sinais de alarme, fatores de risco e estilos de vida saudável.
Esta reunião é coordenada pelo neurologista Dr. Alexandre Amaral e Silva, membro da Direção da SPAVC.
PR/HN/VC
31/03/2023
A Unidade de Acidente Vascular Cerebral no HFF é hoje, Dia Nacional do AVC, inaugurada formalmente.
Esta aposta do HFF passa por um investimento na abordagem e reorganização do circuito de prestação de cuidados ao doente vítima de AVC, com a sua integração no circuito da “Via Verde do AVC”.
O objetivo principal da criação da Unidade de AVC do HFF é aumentar a capacidade de resposta diferenciada na prestação de cuidados a estes doentes, nomeadamente para a realização de terapêutica de fase aguda, vigilância e estabilização clínica, e reabilitação precoce do doente vítima de AVC.
Esta unidade está localizada no piso 5 da Torre Sintra e terá uma lotação máxima de 32 camas de internamento, seis das quais de cuidados intermédios. Na atual fase de implementação, a capacidade instalada da unidade é de vinte camas de internamento e três de cuidados intermédios.
O AVC é uma emergência médica e de saúde pública, sendo atualmente a principal causa de morte e incapacidade permanente em Portugal. A cada hora, três portugueses sofrem um AVC. Um deles não sobrevive e metade ficarão com sequelas incapacitantes.
Teresa Mesquita, coordenadora da unidade, explica a mudança de paradigma que vai ser implementada: “Anualmente, no HFF, são realizadas mais de 350 Vias Verdes AVC, com uma tendência crescente face à população que este hospital serve. A abordagem ao doente agudo com AVC é uma emergência de saúde pública, sendo os Serviços de Urgência a principal porta de entrada do doente. Um dos objetivos da UAVC é contribuir para retirar do Serviço de Urgência os doentes em tratamento de fase aguda, crescendo em capacidade de cuidar e iniciar o restante estudo, prevenção e tratamento de complicações, e iniciar precocemente o caminho de reabilitação, frequentemente prolongado, que estes doentes e famílias têm de enfrentar, contribuindo para assegurar a continuidade de cuidados. Para esse efeito, estamos a formar uma equipa multidisciplinar, motivada e com formação específica.”
Esta unidade vai funcionar em contexto de multidisciplinariedade. Teresa Mesquita explica: “É nosso objetivo trabalhar em estreita colaboração com os Serviços de Neurologia, Medicina Interna, Cuidados Intensivos, Medicina Física e Reabilitação, Serviço Social e todos os que possam, de alguma forma, ter um papel nos cuidados destes doentes. É fundamental assegurar o início precoce de reabilitação, com utilização dos recursos hospitalares e referenciação também para os cuidados pós-internamento, após a alta hospitalar, articulação que é difícil, muitas vezes falha e na qual temos de investir para o bem dos nossos doentes, suas famílias e da sociedade em geral.”
Os Grupos de Ajuda Mútua (GAM) reúnem doentes sobreviventes de AVC, os seus familiares ou cuidadores, e a sua constituição é promovida pela Associação Portugal AVC. Estão presentes em vários hospitais do país e têm contribuído para a integração e diminuição da exclusão social dos sobreviventes de AVC.
O GAM do HFF vai reunir-se na última sexta-feira de cada mês, às 14h30, no espaço físico do hospital. Destina-se a proporcionar a partilha de experiências, pretendendo ser um apoio determinante para os sobreviventes de AVC, considerando os múltiplos desafios e dificuldades que enfrentam. Além de informação sobre a doença e formas de lidar com a mesma, os GAM proporcionam apoio e conforto a quem deles beneficia.
Joana Chêdas, presidente do Conselho de Administração do HFF, assinala o dia 31 de março de 2023 como particularmente feliz para a instituição: “Hoje damos um passo muito significativo na diferenciação dos cuidados de saúde prestados ao doente agudo de AVC. Estamos a fazer esse compromisso de honra perante mais de meio milhão de utentes para as quais temos sempre as nossas portas abertas”.
PR/HN/RA
31/03/2023
Na sua página oficial, a autarquia explicou que no âmbito desta iniciativa serão realizados diversos rastreios relacionados com a avaliação de risco vascular e transmissão dos cuidados essenciais para a prevenção da ocorrência do AVC, bem como da necessidade de saber agir e de pedir ajuda.
Além disso, haverá ainda um `showcooking´ com o chefe Hélio Loureiro sobre alimentação saudável, referiu.
PR/HN
31/03/2023
O AVC, sendo a 1ª causa de morte e de incapacidade, está muito longe de merecer a atenção política e mediática que devia ter. Nunca foi, e cada vez menos pode ser considerada, uma doença de velhos, ou que só atinge pessoas com hábitos desregrados.
Tudo tem de começar na prevenção. É um facto que a consciencialização, paulatinamente, tem aumentado; as mudanças e um melhor controlo sobre, pelo menos, os maiores fatores de risco, nem tanto…
Quando o AVC ocorre, quanto mais pessoas conhecerem corretamente os chamados “sinais de alerta” e como atuar, maiores são as hipóteses de se conseguir salvar vidas e de minorar as sequelas.
Portugal subscreveu o Plano de Ação para o AVC na Europa, comprometendo-se a tratar, pelo menos, 90% de todas as pessoas que sofrerem AVC numa unidade dedicada. Mas há regiões em que o acesso a uma unidade de AVC ainda está demasiado distante… Até em hospitais com unidade em pleno funcionamento, uma grande parte dos doentes ainda é internada em enfermaria geral, não beneficiando da intervenção terapêutica mais eficaz.
Depois, assegurar a reabilitação coordenada e multidisciplinar, abrangendo médicos, fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, enfermagem de reabilitação, psicologia, nutricionistas, eventualmente outros profissionais, começando logo após o AVC, sem tempos pré-estabelecidos, é absolutamente fundamental. Não se verifica para a grande maioria dos sobreviventes.
No acesso à reabilitação, há disparidades enormes, conforme a unidade hospitalar, a localização geográfica, a capacidade económica, os seguros ou subsistemas de saúde, o acesso à informação dos sobreviventes e famílias.
É preciso que se perceba claramente que a reabilitação, além de ser um direito, não é um custo, mas um claro investimento com retorno. Há suporte científico e segurança para afirmar que muitos cuidados de reabilitação são custo-efetivos na melhoria dos resultados funcionais.
A sensibilização da importância da reabilitação é fundamental e urgente. Em particular do AVC, um evento de saúde de instalação súbita, em que o tempo e a qualidade assumem um papel fulcral. Até porque, a reabilitação e as fases posteriores do circuito de cuidados e tratamento do AVC têm sido relativamente negligenciadas pelo sistema de saúde.
Sobreviver com sequelas pode ter grandes implicações para a vida, a família e a sociedade em geral. Dois terços das pessoas vivem com alguma incapacidade física, quase dois em cada cinco apresentam depressão e cerca de 30% desenvolve compromisso cognitivo. Além disso, são muito mais propensos a viver com outra doença. Com o objetivo de otimizar a funcionalidade e autonomia, a reabilitação pode constituir um serviço poderoso que salva-vidas, reintegra pessoas e minimiza custos para as famílias e sociedade.
Mesmo ao longo da vida, quando até já não são de esperar objetivamente melhorias muito significativas, o sobrevivente de AVC pode precisar da continuidade da reabilitação. Evitando, tão comuns, regressões e agravamentos, contribuindo para a melhoria ou manutenção da qualidade de vida possível e evitando também o surgimento de acrescidos problemas de saúde.
A reabilitação é indissociável da atenção pela vida pós-AVC, que tem de começar pela prevenção secundária, tão importante como a primária. Estima-se que cerca de um terço dos AVC são repetições. Por isso mesmo, é essencial que as consultas de seguimento, aconteçam também na fase crónica. Em que podem e devem ser seguidos, não só os motivos que estiveram na base do primeiro episódio, como os principais fatores de risco, se avalie periodicamente a reabilitação e aconselhe sobre o estilo de vida e o exercício físico. É fundamental, mas, presentemente, também não acontece em boa medida.
Há que melhorar significativamente a situação do tratamento do AVC em Portugal desde já!
30/03/2023
Este ano fica também marcado pela celebração dos 20 anos do Dia Nacional do Doente com AVC. “Apesar de já terem passado duas décadas desde a sua criação, o Dia Nacional do Doente com AVC continua a ser uma data importante, pois o AVC ainda é uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal e no mundo, com impacto significativo nas populações mais idosas”, afirma Liliana Pereira, embaixadora da SPAVC para este dia.
O grande objetivo da criação do Dia Nacional do Doente com AVC, em 2003, sempre foi aumentar a consciencialização sobre a doença, promover a prevenção e melhorar o tratamento e os cuidados prestados aos doentes com AVC. A especialista considera que esse objetivo tem vindo a ser cumprido uma vez que, “ao longo destes 20 anos, tem-se verificado um crescente reconhecimento da importância da prevenção do AVC e do rápido acesso a cuidados especializados para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos doentes”.
Apesar dos avanços significativos, quer na prevenção, quer no tratamento, o AVC continua a ser uma grande ameaça para a saúde pública, sendo, por isso, “imprescindível que se continue a educar a população sobre a doença, destacando as necessidades dos doentes e das suas famílias e promovendo ações que visam reduzir a carga do AVC na sociedade”, acrescenta a neurologista.
Este ano, as comemorações do Dia Nacional do Doente com AVC decorrem de 18 de março a 2 de abril, com diversas atividades apoiadas pela SPAVC, tais como campanhas de sensibilização, rastreios gratuitos de fatores de risco, palestras educativas, sessões de exercício físico, atividades em escolas, entre outras iniciativas. A adesão da população a tais atividades é um dos principais focos da SPAVC para este Dia Nacional, uma vez que essa cooperação “poderá traduzir-se no aumento da procura por cuidados médicos precoces e numa maior eficácia do tratamento, reduzindo, assim, as taxas de mortalidade e incapacidade relacionadas ao AVC”. Além disso, “estas iniciativas são também um importante apoio emocional aos doentes e suas famílias, fomentando a partilha de experiências e o conhecimento dos recursos e serviços disponíveis para ajudá-los a lidar com os desafios da doença”, refere a embaixadora.
O presidente da direção da SPAVC, Vítor Tedim Cruz, considera que a grande mensagem a difundir nesta data, em qualquer modelo de atividade, passa pela divulgação dos sinais do AVC, os chamados 3 “F”, que são a alteração na fala, na face e na força num dos membros do corpo. “Qualquer pessoa deve saber que, na presença de algum destes sinais, deve ligar de imediato para o 112 para ativar a Via Verde do AVC”, refere o especialista. A Via Verde do AVC é uma estratégia organizada para que os doentes possam ser rapidamente encaminhados para receberem tratamento da forma mais célere e adequada possível. “O cérebro é um órgão muito delicado e, ao contrário dos outros, não aguenta muito tempo sem oxigénio, pelo que as primeiras horas são determinantes”, finaliza o neurologista.
A SPAVC aproveita esta data para reforçar as principais estratégias no combate ao AVC a nível nacional. O investimento em campanhas de prevenção sobre os fatores de risco para o AVC; a consciencialização para a importância da prática regular de atividade física e da adoção de uma dieta saudável; a melhoria dos acessos aos cuidados de saúde para os doentes com AVC residentes em áreas mais remotas do país; o incentivo à investigação; a aposta na formação dos profissionais de saúde; e a melhoria do suporte aos doentes e suas famílias, através dos grupos de apoio aos doentes, “são as principais medidas para diminuir o impacto do AVC no nosso país”, defende Liliana Pereira.
Todos os anos, o AVC afeta milhares de pessoas em Portugal. É através de “ações de prevenção, consciencialização e do investimento em cuidados especializados que é possível fazer a diferença na vida das pessoas que foram afetadas pelo AVC e das suas famílias”. Como embaixadora deste dia Dia Nacional, Liliana Pereira apela à participação nas atividades locais e incentiva a população a “adotar estilos de vida saudáveis, onde se incluem a preferência por uma alimentação equilibrada, a prática de exercício físico regular e a cessação tabágica. O AVC é uma doença grave e devastadora e, por isso, é tão importante todos conhecermos e reconhecermos os seus sinais e sintomas para agir rapidamente”.
PR/HN/RA