Segunda edição do “AVC 360º – Integrar e Aplicar” decorre nos dias 2 e 3 de junho em Peniche

Segunda edição do “AVC 360º – Integrar e Aplicar” decorre nos dias 2 e 3 de junho em Peniche

O evento consiste numa iniciativa formativa da SPAVC destinada primariamente a médicos especialista de Medicina Geral e Familiar e outros profissionais de saúde dedicados à prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação do AVC.

A SPAVC explica, em comunicado, que o encontro visa promover a “discussão interpares e multidisciplinar, em sessões eminentemente práticas, centradas em casos clínicos, com interação e recurso a televoto”.

O programa culminará com o “Stroke Sunset” – caminhada em grupo destinada à sensibilização da população através da distribuição de folhetos sobre sinais de alarme, fatores de risco e estilos de vida saudável.

Esta reunião é coordenada pelo neurologista Dr. Alexandre Amaral e Silva, membro da Direção da SPAVC.

PR/HN/VC

HFF abre unidade dedicada ao tratamento do AVC e cria grupo de ajuda para sobreviventes

HFF abre unidade dedicada ao tratamento do AVC e cria grupo de ajuda para sobreviventes

A Unidade de Acidente Vascular Cerebral no HFF é hoje, Dia Nacional do AVC, inaugurada formalmente.

Esta aposta do HFF passa por um investimento na abordagem e reorganização do circuito de prestação de cuidados ao doente vítima de AVC, com a sua integração no circuito da “Via Verde do AVC”.

O objetivo principal da criação da Unidade de AVC do HFF é aumentar a capacidade de resposta diferenciada na prestação de cuidados a estes doentes, nomeadamente para a realização de terapêutica de fase aguda, vigilância e estabilização clínica, e reabilitação precoce do doente vítima de AVC.

Esta unidade está localizada no piso 5 da Torre Sintra e terá uma lotação máxima de 32 camas de internamento, seis das quais de cuidados intermédios. Na atual fase de implementação, a capacidade instalada da unidade é de vinte camas de internamento e três de cuidados intermédios.

O AVC é uma emergência médica e de saúde pública, sendo atualmente a principal causa de morte e incapacidade permanente em Portugal. A cada hora, três portugueses sofrem um AVC. Um deles não sobrevive e metade ficarão com sequelas incapacitantes.

Teresa Mesquita, coordenadora da unidade, explica a mudança de paradigma que vai ser implementada: “Anualmente, no HFF, são realizadas mais de 350 Vias Verdes AVC, com uma tendência crescente face à população que este hospital serve. A abordagem ao doente agudo com AVC é uma emergência de saúde pública, sendo os Serviços de Urgência a principal porta de entrada do doente. Um dos objetivos da UAVC é contribuir para retirar do Serviço de Urgência os doentes em tratamento de fase aguda, crescendo em capacidade de cuidar e iniciar o restante estudo, prevenção e tratamento de complicações, e iniciar precocemente o caminho de reabilitação, frequentemente prolongado, que estes doentes e famílias têm de enfrentar, contribuindo para assegurar a continuidade de cuidados. Para esse efeito, estamos a formar uma equipa multidisciplinar, motivada e com formação específica.”

Esta unidade vai funcionar em contexto de multidisciplinariedade. Teresa Mesquita explica: “É nosso objetivo trabalhar em estreita colaboração com os Serviços de Neurologia, Medicina Interna, Cuidados Intensivos, Medicina Física e Reabilitação, Serviço Social e todos os que possam, de alguma forma, ter um papel nos cuidados destes doentes. É fundamental assegurar o início precoce de reabilitação, com utilização dos recursos hospitalares e referenciação também para os cuidados pós-internamento, após a alta hospitalar, articulação que é difícil, muitas vezes falha e na qual temos de investir para o bem dos nossos doentes, suas famílias e da sociedade em geral.”

Os Grupos de Ajuda Mútua (GAM) reúnem doentes sobreviventes de AVC, os seus familiares ou cuidadores, e a sua constituição é promovida pela Associação Portugal AVC. Estão presentes em vários hospitais do país e têm contribuído para a integração e diminuição da exclusão social dos sobreviventes de AVC.

O GAM do HFF vai reunir-se na última sexta-feira de cada mês, às 14h30, no espaço físico do hospital. Destina-se a proporcionar a partilha de experiências, pretendendo ser um apoio determinante para os sobreviventes de AVC, considerando os múltiplos desafios e dificuldades que enfrentam. Além de informação sobre a doença e formas de lidar com a mesma, os GAM proporcionam apoio e conforto a quem deles beneficia.

Joana Chêdas, presidente do Conselho de Administração do HFF, assinala o dia 31 de março de 2023 como particularmente feliz para a instituição: “Hoje damos um passo muito significativo na diferenciação dos cuidados de saúde prestados ao doente agudo de AVC. Estamos a fazer esse compromisso de honra perante mais de meio milhão de utentes para as quais temos sempre as nossas portas abertas”.

PR/HN/RA

Departamento de Medicina do Hospital Pedro Hispano alerta para risco de AVC com rastreios

Departamento de Medicina do Hospital Pedro Hispano alerta para risco de AVC com rastreios

Na sua página oficial, a autarquia explicou que no âmbito desta iniciativa serão realizados diversos rastreios relacionados com a avaliação de risco vascular e transmissão dos cuidados essenciais para a prevenção da ocorrência do AVC, bem como da necessidade de saber agir e de pedir ajuda.

Além disso, haverá ainda um `showcooking´ com o chefe Hélio Loureiro sobre alimentação saudável, referiu.

PR/HN

AVC

AVC

O AVC, sendo a 1ª causa de morte e de incapacidade, está muito longe de merecer a atenção política e mediática que devia ter. Nunca foi, e cada vez menos pode ser considerada, uma doença de velhos, ou que só atinge pessoas com hábitos desregrados.

Tudo tem de começar na prevenção. É um facto que a consciencialização, paulatinamente, tem aumentado; as mudanças e um melhor controlo sobre, pelo menos, os maiores fatores de risco, nem tanto…

Quando o AVC ocorre, quanto mais pessoas conhecerem corretamente os chamados “sinais de alerta” e como atuar, maiores são as hipóteses de se conseguir salvar vidas e de minorar as sequelas.

Portugal subscreveu o Plano de Ação para o AVC na Europa, comprometendo-se a tratar, pelo menos, 90% de todas as pessoas que sofrerem AVC numa unidade dedicada. Mas há regiões em que o acesso a uma unidade de AVC ainda está demasiado distante… Até em hospitais com unidade em pleno funcionamento, uma grande parte dos doentes ainda é internada em enfermaria geral, não beneficiando da intervenção terapêutica mais eficaz.

Depois, assegurar a reabilitação coordenada e multidisciplinar, abrangendo médicos, fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, enfermagem de reabilitação, psicologia, nutricionistas, eventualmente outros profissionais, começando logo após o AVC, sem tempos pré-estabelecidos, é absolutamente fundamental. Não se verifica para a grande maioria dos sobreviventes.

No acesso à reabilitação, há disparidades enormes, conforme a unidade hospitalar, a localização geográfica, a capacidade económica, os seguros ou subsistemas de saúde, o acesso à informação dos sobreviventes e famílias.

É preciso que se perceba claramente que a reabilitação, além de ser um direito, não é um custo, mas um claro investimento com retorno. Há suporte científico e segurança para afirmar que muitos cuidados de reabilitação são custo-efetivos na melhoria dos resultados funcionais.

A sensibilização da importância da reabilitação é fundamental e urgente. Em particular do AVC, um evento de saúde de instalação súbita, em que o tempo e a qualidade assumem um papel fulcral. Até porque, a reabilitação e as fases posteriores do circuito de cuidados e tratamento do AVC têm sido relativamente negligenciadas pelo sistema de saúde.

Sobreviver com sequelas pode ter grandes implicações para a vida, a família e a sociedade em geral. Dois terços das pessoas vivem com alguma incapacidade física, quase dois em cada cinco apresentam depressão e cerca de 30% desenvolve compromisso cognitivo. Além disso, são muito mais propensos a viver com outra doença. Com o objetivo de otimizar a funcionalidade e autonomia, a reabilitação pode constituir um serviço poderoso que salva-vidas, reintegra pessoas e minimiza custos para as famílias e sociedade.

Mesmo ao longo da vida, quando até já não são de esperar objetivamente melhorias muito significativas, o sobrevivente de AVC pode precisar da continuidade da reabilitação. Evitando, tão comuns, regressões e agravamentos, contribuindo para a melhoria ou manutenção da qualidade de vida possível e evitando também o surgimento de acrescidos problemas de saúde.

A reabilitação é indissociável da atenção pela vida pós-AVC, que tem de começar pela prevenção secundária, tão importante como a primária. Estima-se que cerca de um terço dos AVC são repetições. Por isso mesmo, é essencial que as consultas de seguimento, aconteçam também na fase crónica. Em que podem e devem ser seguidos, não só os motivos que estiveram na base do primeiro episódio, como os principais fatores de risco, se avalie periodicamente a reabilitação e aconselhe sobre o estilo de vida e o exercício físico. É fundamental, mas, presentemente, também não acontece em boa medida.

Há que melhorar significativamente a situação do tratamento do AVC em Portugal desde já!

Atividades de sensibilização por todo o país sob chancela da SPAVC marcam os 20 anos da efeméride

Atividades de sensibilização por todo o país sob chancela da SPAVC marcam os 20 anos da efeméride

Este ano fica também marcado pela celebração dos 20 anos do Dia Nacional do Doente com AVC. “Apesar de já terem passado duas décadas desde a sua criação, o Dia Nacional do Doente com AVC continua a ser uma data importante, pois o AVC ainda é uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal e no mundo, com impacto significativo nas populações mais idosas”, afirma Liliana Pereira, embaixadora da SPAVC para este dia.

O grande objetivo da criação do Dia Nacional do Doente com AVC, em 2003, sempre foi aumentar a consciencialização sobre a doença, promover a prevenção e melhorar o tratamento e os cuidados prestados aos doentes com AVC. A especialista considera que esse objetivo tem vindo a ser cumprido uma vez que, “ao longo destes 20 anos, tem-se verificado um crescente reconhecimento da importância da prevenção do AVC e do rápido acesso a cuidados especializados para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos doentes”.

Apesar dos avanços significativos, quer na prevenção, quer no tratamento, o AVC continua a ser uma grande ameaça para a saúde pública, sendo, por isso, “imprescindível que se continue a educar a população sobre a doença, destacando as necessidades dos doentes e das suas famílias e promovendo ações que visam reduzir a carga do AVC na sociedade”, acrescenta a neurologista.

Este ano, as comemorações do Dia Nacional do Doente com AVC decorrem de 18 de março a 2 de abril, com diversas atividades apoiadas pela SPAVC, tais como campanhas de sensibilização, rastreios gratuitos de fatores de risco, palestras educativas, sessões de exercício físico, atividades em escolas, entre outras iniciativas. A adesão da população a tais atividades é um dos principais focos da SPAVC para este Dia Nacional, uma vez que essa cooperação “poderá traduzir-se no aumento da procura por cuidados médicos precoces e numa maior eficácia do tratamento, reduzindo, assim, as taxas de mortalidade e incapacidade relacionadas ao AVC”. Além disso, “estas iniciativas são também um importante apoio emocional aos doentes e suas famílias, fomentando a partilha de experiências e o conhecimento dos recursos e serviços disponíveis para ajudá-los a lidar com os desafios da doença”, refere a embaixadora.

O presidente da direção da SPAVC, Vítor Tedim Cruz, considera que a grande mensagem a difundir nesta data, em qualquer modelo de atividade, passa pela divulgação dos sinais do AVC, os chamados 3 “F”, que são a alteração na fala, na face e na força num dos membros do corpo. “Qualquer pessoa deve saber que, na presença de algum destes sinais, deve ligar de imediato para o 112 para ativar a Via Verde do AVC”, refere o especialista. A Via Verde do AVC é uma estratégia organizada para que os doentes possam ser rapidamente encaminhados para receberem tratamento da forma mais célere e adequada possível. “O cérebro é um órgão muito delicado e, ao contrário dos outros, não aguenta muito tempo sem oxigénio, pelo que as primeiras horas são determinantes”, finaliza o neurologista.

A SPAVC aproveita esta data para reforçar as principais estratégias no combate ao AVC a nível nacional. O investimento em campanhas de prevenção sobre os fatores de risco para o AVC; a consciencialização para a importância da prática regular de atividade física e da adoção de uma dieta saudável; a melhoria dos acessos aos cuidados de saúde para os doentes com AVC residentes em áreas mais remotas do país; o incentivo à investigação; a aposta na formação dos profissionais de saúde; e a melhoria do suporte aos doentes e suas famílias, através dos grupos de apoio aos doentes, “são as principais medidas para diminuir o impacto do AVC no nosso país”, defende Liliana Pereira.

Todos os anos, o AVC afeta milhares de pessoas em Portugal. É através de “ações de prevenção, consciencialização e do investimento em cuidados especializados que é possível fazer a diferença na vida das pessoas que foram afetadas pelo AVC e das suas famílias”. Como embaixadora deste dia Dia Nacional, Liliana Pereira apela à participação nas atividades locais e incentiva a população a “adotar estilos de vida saudáveis, onde se incluem a preferência por uma alimentação equilibrada, a prática de exercício físico regular e a cessação tabágica. O AVC é uma doença grave e devastadora e, por isso, é tão importante todos conhecermos e reconhecermos os seus sinais e sintomas para agir rapidamente”.

PR/HN/RA