A Fundação Para a Saúde – Serviço Nacional de Saúde dá mais um passo, este ano, para contribuir para a transformação do sistema público de saúde, envolvendo a sociedade civil, ouvindo profissionais com décadas de experiência e com diferentes ideias entre si, como manda a democracia.
Uma “sociedade democrática evoluída” tem a rotatividade na sua génese, “e isso é bom”, mas, para o presidente da Fundação Para a Saúde – Serviço Nacional de Saúde (FSNS), Victor Ramos, as “muitas descontinuidades por causa dos ciclos políticos curtos, e mesmo dentro do mesmo ciclo”, neste sistema “que é o melhor que há”, podem também ser um entrave. É preciso, portanto, “uma base” que, “por detrás das mudanças circunstanciais”, assegure “continuidade”, “para não andarmos um pouco aos ziguezagues”.
E é preciso envolver a sociedade civil nos acertos e nos progressos, defende a FSNS. Isso implica unir um grupo alargado de pessoas com perspetivas e ideias diferentes. “A conectividade é um conceito muito familiar no mundo digital, nas telecomunicações, mas fraca nas organizações e nos sistemas sociais, o que até é uma coisa estranha”, disse ao HealthNews Victor Ramos, numa conversa sobre os esforços de “liderança conectiva” da FSNS através do projeto “Transformar o SNS”, que elaborou um conjunto de teses para a mudança. “O que nós estamos a fazer é juntar, conectar (…), que é fundamental nestes processos transformativos em sistemas complexos”, explicou.
As teses foram explicadas em artigos e entrevistas do Diário de Notícias, em 2022. “O ano de 2022 foi de pensamento coletivo alargado.” Este ano, em fevereiro, arrancou uma nova fase da reflexão que começou em 2019. Nesse ano, a FSNS publicou o livro “Serviço Nacional de Saúde – Breve interpretação e Linhas para a sua Transformação”, um “contributo da Fundação SNS para a mudança que se impõe e que nos permitirá honrar a história coletiva”, lê-se na obra.
Agora, pretende-se transitar do pensamento para “uma maior mobilização”. Para tal, serão vários os contributos “de personalidades com ângulos de abordagem diferentes”. “E nós precisamos disso, de conseguir combinar pontos de vista, experiências, sensibilidades, por ângulos diversos. Porque nós somos limitados. Qualquer ser humano, por mais genial que seja, por mais Nobel ganhos, é sempre muito limitado. Portanto, o desafio que se coloca nas democracias mais complexas (…) é conseguir juntar a grande abrangência de conhecimentos, saberes e pontos de vista.”
Este ano, a primeira conferência foi no Porto.
HN/RA
0 Comments