João Raposo, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), explicou: “neste relatório é possível começar a quantificar os efeitos da pandemia Covid-19 na saúde das pessoas com diabetes. Apesar da diminuição do número de consultas nos cuidados primários de saúde (-15,6% de consultas neste período), não houve alterações do controlo metabólico das pessoas diagnosticadas com diabetes. Por outro lado, houve uma diminuição significativa dos rastreios da retinopatia diabética (-50% no 1.º ano de pandemia), o que pode ter consequências graves na vida de quem tem diabetes e uma sobrecarga significativa para assegurar os tratamentos subsequentes necessários. Em termos de custos, e neste período, a diabetes representa cerca de 9% da despesa em saúde com crescimento significativo das rúbricas associadas aos medicamentos (424 milhões de euros em 2021) e aos internamentos (310 milhões de euros).”
“É a partir de dados como estes (…) que monitorizamos a nossa atividade em saúde e tomamos decisões fundamentadas” – “esta é uma das funções mais relevantes das sociedades científicas de que a SPD foi um exemplo pioneiro”, referiu ainda João Raposo.
“Como fica demonstrado neste relatório, a diabetes é uma das ameaças à sustentabilidade do nosso SNS. A acessibilidade aos melhores tratamentos tem de ser assumida a par de estratégias eficazes de prevenção e diagnóstico precoce”, concluiu o presidente da SPD.
O relatório foi apresentado na Escola Nacional de Saúde Pública, em Lisboa.
PR/HN/RA
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