O estudo permitiu avaliar se a integração de doentes de Parkinson numa orquestra comunitária contribui para a melhoria dos sintomas e comportamentos. O Parkinsound, que contou com o apoio do município de Braga, surgiu de uma iniciativa da neurologista Margarida Rodrigues e do músico Pedro Santos e, além da investigação clínica, favoreceu a integração cultural e social de pessoas com doença de Parkinson.
Os resultados da investigação do projeto Parkinsound sugerem que a participação na orquestra comunitária apresenta vantagens para os doentes de Parkinson que integraram o projeto piloto. “Foram aplicadas diferentes escalas de avaliação clínica da doença de Parkinson antes e depois da intervenção. Verificou-se que o grupo da orquestra teve uma melhoria significativa na escala de impressão clínica de melhoria em comparação com o grupo controlo”, sustenta a neurologista Margarida Rodrigues.
Perante os resultados obtidos, o Serviço de Neurologia do Hospital de Braga pretende alargar o projeto a mais doentes e prolongar o tempo da intervenção, o que, segundo a neurologista Margarida Rodrigues, “permitirá verificar se os benefícios podem ser ainda mais robustos”.
Um grupo de 22 doentes participou no Parkinsound, iniciativa que incluiu 15 ensaios e um concerto final, enquanto outro grupo de 21 doentes serviu de grupo de controlo. Os participantes na orquestra integraram diferentes categorias (percussão, vozes, eletrónica, teclas e sopros), tendo sido criadas várias músicas originais com o contributo dos doentes.
“A intervenção integrou processos motores (tocar instrumentos) e cognitivos (seguir pistas auditivas, visuais, ritmos e ainda colaborar na criação do espetáculo)”, explica a neurologista do Hospital de Braga, recordando que o concerto final do projeto “foi um momento muito emocionante para doentes e para as suas famílias, que puderam, com a ajuda de músicos, criar um espetáculo original, sobre a sua experiência com a doença de Parkinson”.
PR/HN/RA
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