A iniciativa é financiada pela Câmara Municipal de Arouca, que assim procura promover um maior contacto com a expressão dramática entre a comunidade que, nesse concelho do distrito de Aveiro, “habitualmente tem menos acesso à arte e à cultura, por condicionantes não apenas económicas, mas também de mobilidade”.
A perspetiva é da presidente da autarquia local, Margarida Belém, que, em declarações à Lusa, disse que o projeto teve uma primeira edição em 2022, então especialmente focada em “mitigar os efeitos da pandemia de covid-19”, e ganha agora continuidade devido aos seus benefícios gerais.
“Quisemos compensar a população sénior pelo severo isolamento social a que a pandemia a forçou, uma vez que este público, inserido em estruturas residenciais e altamente vulnerável, esteve afastado de manifestações culturais e de socialização fora do seu grupo de pares”, afirmou a autarca socialista.
A companhia do Montemuro vai agora recuperar esse contacto com os idosos das 10 instituições de Arouca porque, ao desenvolver com eles atividades de expressão dramática, também trabalha o que Margarida Belém designa de “aspetos individuais como a estimulação cognitiva e a motricidade, contribuindo assim para retardar o envelhecimento”.
Fonte do Teatro do Montemuro refere que a iniciativa implica “visitar toda a população idosa residente nas instituições de solidariedade do concelho”.
“Além de jogos, danças e canções, vamos realizar um espetáculo em cada uma das associações, com a presença de um músico local”, acrescentou a fonte.
A avaliar por outros municípios onde a companhia tem levado a efeito iniciativas semelhantes, a expectativa é de “grande recetividade” por parte dos idosos. “O carinho que temos recebido, quer por parte dos utentes, quer por parte dos grandes profissionais que trabalham nestas instituições, tem confirmado que este investimento é um passo seguro”, disse ainda.
Margarida Belém valorizou ainda a componente de formação de novos públicos e agentes culturais: “Como o projeto também envolve um elemento do Teatro Experimental de Arouca e outro do Arouteatro, isto configura-se como uma oportunidade para os grupos de teatro locais desenvolverem competências e adquirirem novas ferramentas de trabalho”.
LUSA/HN
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