Em comunicado, a UC explica que o estudo “Women Choose Health” quis ” conhecer a tomada de decisão de mulheres grávidas ou em pós-parto em relação às opções de tratamento quando experienciam ansiedade ou depressão”.
Para tal, o projeto centrou-se na análise do período perinatal, compreendido entre a gravidez e o primeiro ano após o parto, que é considerado um momento de grande vulnerabilidade para as mulheres, que podem desenvolver sintomatologia depressiva ou ansiedade.
Em Portugal, a investigação envolveu 421 mulheres grávidas ou no período pós-parto que apresentavam sintomas de ansiedade e/ou depressão clinicamente relevantes e procurou perceber as opções de tratamento de cada uma (medicação, psicoterapia ou não tratamento).
Segundo adianta a coordenadora da investigação em Portugal, Ana Fonseca, os resultados revelaram que “apenas 20% das mulheres com sintomas clinicamente relevantes de ansiedade e/ou depressão estava, no momento da participação no estudo, a receber algum tipo de tratamento (farmacológico e/ou psicológico)”.
“Estes dados são preocupantes tendo em conta as consequências negativas, para a mulher e para a criança, das perturbações psicológicas neste período; e alertam-nos para a necessidade de delinear estratégias de sensibilização e para a redução de barreiras no processo de procura de ajuda profissional neste período”, alerta a psicóloga clínica e investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
Sobre as decisões de tratamento, a investigadora destaca que “se verificou que as mulheres que não estão a receber qualquer tipo de tratamento apresentam maior conflito decisional (como, por exemplo, o grau de incerteza/dúvida quanto ao curso de ação a escolher) e mais estigma em relação à doença mental, por comparação com as mulheres que estão a receber algum tratamento para a sua sintomatologia”.
As conclusões da investigação vão ser apresentadas amanhã, dia 5 de maio, numa sessão que vai decorrer no Polo I da UC.
PR/HN/VC
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