Infeções baixaram quase 90%, mas Mpox continua a circular

10 de Maio 2023

O número de casos de infeção pelo Mpox baixou quase 90% nos últimos três meses a nível global, mas o vírus continua a circular em várias comunidades e países, afirmou hoje o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os dados foram avançados por Tedros Adhanom Ghebreyesus numa mensagem de vídeo enviada aos peritos do Comité de Emergência da organização, que estão reunidos para analisar se a Mpox, anteriormente designada Monkeypox, deve continuar a ser considerada uma emergência de saúde pública internacional (PHEIC, na sigla em inglês), o nível mais alto de alerta decretado pela OMS.

A OMS começou a receber há cerca de um ano as primeiras notificações de casos de infeção em países dos continentes europeu e americano e, em julho de 2022, o diretor-geral declarou o surto como uma emergência de saúde pública internacional.

Segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde, desde 3 de maio de 2022 até 28 de abril de 2023, foram confirmados 953 casos de infeção pelo vírus mpox em Portugal, sem novos casos reportados desde a informação mensal anterior.

“No total, mais de 87 mil casos e 140 mortes foram notificados à OMS de 111 países. Devido à mobilização global e à resposta rápida da maioria dos países, vemos agora progressos constantes no controlo deste surto”, salientou ainda Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Segundo disse, registou-se menos quase 90% de casos notificados nos últimos três meses, em comparação com o trimestre anterior, mas, apesar desta tendência de queda global, o “vírus continua a transmitir-se em certas comunidades e países”, como na região do Pacífico Ocidental.

Além disso, não há uma tendência clara para os casos registados em África, onde continuam a ser notificadas infeções em vários países, referiu o responsável da OMS, ao lamentar também que muitos países estejam agora a abrandar a vigilância e a reduzir o acesso a testes de despiste e a vacinas.

Segundo a DGS, os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.

Uma pessoa que esteja doente deixa de estar infecciosa apenas após a cura completa e a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá, eventualmente, ultrapassar quatro semanas.

A PHEIC é definida como “um evento extraordinário, grave, repentino, incomum ou inesperado”, com implicações para a saúde pública para além da fronteira nacional de um Estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata.

Esta foi a sétima vez que a OMS declarou a emergência internacional (mecanismo iniciado em 2005), depois de o ter feito para a Gripe A em 2009, para o Ébola em 2014 e 2018, para a Poliomielite em 2014, para o vírus Zika em 2017 e para o coronavírus que provoca a covid-19 em 2020, esta última levantada na última semana.

LUSA/HN

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