De acordo com a comissão, a situação de acesso aos cuidados de saúde na Unidade de Cuidados de Saúde Primários da Baixa da Banheira tem vindo a agravar-se desde julho de 2022, mês em que seis médicos deixaram de prestar serviço, aumentando substancialmente o número de utentes sem médico de família.
Dos 29.740 utentes inscritos, explica a comissão, apenas 10.003 têm médico de família atribuído e os restantes estão a ser atendidos pelos médicos contratados ao abrigo de um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia do Barreiro para a prestação de 40 horas semanais de medicina familiar.
Segundo a comissão, para os utentes obterem uma consulta têm que ir para a porta do Centro de Saúde formar filas de espera logo a partir das primeiras horas da madrugada, muitas vezes sem o conseguirem, voltando a repetir o procedimento em dias sucessivos.
Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da comissão, Jose Manuel Fernandes, adiantou que há pessoas que já ponderam dormir à porta do centro de saúde porque mesmo indo de madrugada não conseguem arranjar vaga para uma consulta.
“O descontentamento é muito grande. Mas isso deve ser virado para aqueles que têm o dever e a obrigação de cá colocar os 12 médicos e os oito enfermeiros em falta”, refere.
A Comissão de Utentes da Saúde da Baixa da Banheira tem vindo a alertar para a falta de médicos e para as longas filas de espera para a marcação de consultas assim como para a falta de condições do edifício.
No final de abril, o presidente da Câmara Municipal da Moita, Carlos Albino, disse acreditar que até ao final do ano estará concluído o novo Centro de Saúde da Baixa da Banheira, cujo financiamento tem a garantia do Governo, dada pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, numa visita que fez a este concelho do distrito de Setúbal.
Esta nova unidade de saúde vai servir cerca de 30.000 utentes e a sua construção começou em janeiro de 2020.
LUSA/HN
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