Número de pessoas que necessitam de cuidados médicos no Sudão aumentou 57%

18 de Maio 2023

A organização não-governamental Save the Children denunciou esta quarta-feira o aumento de 57% do número de pessoas necessitadas no Sudão, um mês após o início do conflito entre o exército regular e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.

“O número de pessoas necessitadas no país aumentou 57%”, advertiu a organização não-governamental (ONG), num comunicado em que insta as duas partes beligerantes a respeitarem os compromissos da declaração de Jeddah, assinada na passada quinta-feira, para proteger os civis e respeitar o direito humanitário internacional.

De acordo com os dados da ONU, “o número de pessoas necessitadas no Sudão é de 24,7 milhões”, em comparação com os 15,8 milhões previstos no final do ano passado.

Isto significa que mais de metade da população sudanesa, que totaliza 46 milhões de habitantes, necessita de assistência humanitária.

A ONU e outras organizações humanitárias e médicas anunciaram que quase todos os hospitais de Cartum e de outras regiões do país foram suspensos devido aos fortes combates que começaram em 15 de abril e que já provocaram a morte de pelo menos 822 pessoas e cerca de 3.200 feridos, segundo o sindicato dos médicos local.

A Save the Children denunciou igualmente a ocupação de dois centros de saúde e o saque de material médico no Sudão por grupos armados não identificados, privando “milhões de crianças e famílias de tratamentos que salvam vidas”.

Uma segunda ONG, Médicos Sem Fronteiras (MSF), também confirmou que “homens armados” invadiram o seu armazém em Cartum na terça-feira e saquearam-no, levando dois dos seus veículos cheios de provisões.

Por essa razão, os MSF apelaram a “todas as partes envolvidas no conflito para que garantam a proteção de todas as instalações de saúde, incluindo hospitais, clínicas, armazéns e ambulâncias”.

“Nunca devem ser alvo de ataques”, frisam os MSF, que acrescentam que a pilhagem de organizações humanitárias, impedindo a assistência a pessoas afetadas pela violência, é “inaceitável”.

LUSA/HN

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