Um júri independente composto por sete elementos analisou as 68 candidaturas apresentadas, um número recorde de projetos desde a criação desta iniciativa em 2015.
O projeto “Vida livre, autonomia emocional”, da Associação Supera-te, que conseguiu uma bolsa de 20 mil euros, pretende promover o desenvolvimento de competências emocionais e comportamentais para facilitar a integração social da vítima de violência doméstica. A ideia passa por realizar campanhas de rua, workshops, cursos e grupos de ajuda mútua que combatam a violência doméstica e a dependência emocional. O desenvolvimento de um curso, designado ‘Supera-te’, vai ainda ajudar na superação de relacionamentos abusivos. A Associação Supera-te pretende desenvolver este trabalho na vila de Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, nos Açores.
O projeto “Programa de Grupos de Psicodrama para jovens com comportamentos aditivos”, do Instituto de Desenvolvimento e Inclusão Social – IDIS, com uma bolsa de 15 mil euros, visa a criação de grupos de psicodrama para jovens com comportamentos aditivos entre os 14 e os 18 anos residentes em Vila Nova de Gaia. O objetivo é diminuir os comportamentos aditivos de um total de 30 jovens em situações de risco, encaminhados por entidades gestoras dos processos de promoção e proteção. A IDIS – organização sem fins lucrativos – desenvolve intervenção clínica e psicossocial com crianças e jovens em perigo e as suas famílias. Os responsáveis pelo projeto recordam que o psicodrama é uma abordagem reconhecida pela Ordem dos Psicólogos Portugueses e que tem demonstrado ser eficaz em grupos de adolescentes com psicopatologia ou problemas aditivos.
“Ações prevenção primária e secundária do cancro oral nos estabelecimentos prisionais”, da Liga Portuguesa Contra o Cancro, com uma bolsa de 10 mil euros, é um projeto de prevenção e rastreio de cancro oral. A proposta da LPCC tem como principal objetivo a deteção de lesões malignas e pré-malignas na cavidade oral da população prisional portuguesa, bem como a realização de consultas de cessação tabágica na mesma comunidade. O rastreio será voluntário e os reclusos poderão inscrever-se, assinando um consentimento informado. A população prisional portuguesa é das mais velhas da Europa e é muito vulnerável e de alto risco para o desenvolvimento do cancro oral, por concentrar vários fatores de risco: maioritariamente homens, fumadores, com consumo de álcool e de estupefacientes, bem como com idades acima dos 40 anos.
Com o projeto “ELA+, (M)elhorar (A)poiar (I)nformar, com (S)uporte Social”, com bolsa de 5 mil euros, a APELA – Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica pretende munir os doentes e cuidadores de orientação e apoio ao longo das várias fases da esclerose lateral amiotrófica. Para isso, propõe criar um conjunto de vídeos explicativos sobre o modo de navegar na área dos apoios sociais e de ajudas pecuniárias. Serão também desenvolvidos vídeos, em parceria com profissionais de saúde, sobre documentos protetores dos doentes, como o testamento vital, os representantes legais ou o apoio e presença do cuidador. É ainda objetivo deste projeto criar uma linha de apoio aos associados na área do serviço social.
O projeto “O que importa é ter saúde!”, da Together International Portugal, Let’s work Together, com bolsa de 5 mil euros, visa a promoção da literacia em saúde através do ensino de suporte básico de vida aos estudantes do ensino secundário do concelho de Mogadouro. Pretende ainda dotar toda a comunidade do mesmo concelho de conhecimentos sobre o funcionamento dos cuidados de saúde em diferentes níveis (primários, hospitalares e serviços de urgência). Está incluída no projeto a elaboração de um e-book dedicado a competências de suporte básico de vida e socorrismo.
O projeto “Programa CLIMB-ON para Parkinson” (Young Parkies Portugal, Associação Portuguesa de Parkinson Precoce, bolsa de 5 mil euros) pretende usar a escalada para melhorar capacidades físicas, pessoais e sociais de pessoas diagnosticadas com doença de Parkinson. Destina-se a pessoas com menos de 50 anos, com o objetivo de levar doentes e familiares a terem uma participação ativa nas suas escolhas de saúde e promovendo estilos de vida saudáveis, assumindo um papel de liderança no controlo da progressão da doença.
A análise das candidaturas foi feita por um júri independente e multidisciplinar, constituído por: Maria de Belém Roseira (antiga ministra da Saúde), Graça de Freitas (diretora-geral da Saúde), Isabel Aldir (assessora da Presidência da República), José Manuel Pereira de Almeida (coordenador nacional da Pastoral da Saúde), Maria do Céu Machado (médica e ex-presidente do Infarmed), Ana Maia (jornalista) e Ricardo Encarnação (diretor médico da Roche).
Estas Bolsas visam o financiamento, num valor total de 60 mil euros, de projetos e ideias de associações de doentes e outras Organizações Não Governamentais (ONG). Desde 2015, as Bolsas de Cidadania já financiaram mais de 45 projetos, num valor acima dos 450 mil euros.
A iniciativa procura fomentar a participação dos cidadãos nos processos de decisão em saúde, a informação dos doentes sobre os seus direitos, assim como a sua participação nas decisões individuais de tratamento.
Este ano, as Bolsas de Cidadania marcam o arranque da celebração dos 50 anos da Roche em Portugal, associando a imagem comemorativa ao evento e reforçando o compromisso de continuar a trabalhar em prol da sociedade.
A cerimónia pública de anúncio dos premiados, no dia 30 de maio, decorreu na sede da Roche Portugal, na Amadora.
PR/HN/RA
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