O estudo foi apresentado na 39.ª edição do Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), que decorreu na Dinamarca, com o título “Natural proliferative phase frozen embryo transfers: a novel, safe and efficient transfer strategy”.
O objetivo deste estudo, nomeado para prémio na categoria de Ciência Clínica, era saber se a gravidez e os resultados maternos e neonatais sofriam alterações caso fosse adotado um protocolo inovador para a transferência de embriões congelados.
Os resultados mostraram que a taxa de gravidez não registou diferenças em relação aos ciclos tradicionais de preparação do útero para a transferência de embriões congelados, pelo que o protocolo em estudo se revelou seguro, além de trazer mais flexibilidade e eficiência.
O melhor protocolo de preparação endometrial para a transferência de embriões ainda é controverso. Uma transferência de ciclo natural pode exigir mais visitas à clínica e oferece menos flexibilidade. Por outro lado, os ciclos artificiais, embora sejam mais flexíveis em termos de programação, têm sido associados a maiores taxas de aborto espontâneo e morbilidade materna. Na estratégia alternativa agora apresentada, e que demonstrou segurança, mesmo em relação às taxas de aborto, a progesterona é iniciada assim que a proliferação do endométrio atinge 7 mm de espessura, independentemente do tamanho do folículo dominante e sem a administração de hormonas.
Para os resultados obtidos, os investigadores realizaram um estudo de coorte retrospetivo de centro único de ciclos de transferência de embriões congelados realizados entre janeiro de 2020 e junho de 2022 (n = 2158). Apenas transferências de estágio de blastocisto de embrião único foram incluídas. O desfecho principal foi a taxa de gravidez após 22 semanas. Os resultados secundários incluíram o número de visitas à clínica durante a monitorização, os níveis séricos de progesterona no dia da transferência, taxas de nados-vivos e aborto espontâneo e resultados maternos/perinatais.
Mais investigações são necessárias para tentar também confirmar se a ovulação ainda ocorre apesar da administração de progesterona vaginal.
Os autores são: Catarina M Godinho; Juan Manuel Mascarós Martínez; Ana Raquel Neves; Tetyana Semenova; Sofia Nunes; Sérgio Reis-Soares; Samuel Santos-Ribeiro.
PR/HN/RA
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