Em declarações à agência Lusa, o investigador Sérgio Sousa, do IA da Universidade do Porto, afirmou na sexta-feira que a conferência se focou nos exoplanetas, nomeadamente, nos métodos de deteção e caracterização, mas também na atividade estelar, fenómeno que causa “ruído” nas observações e descobertas.
“Um dos focos desta conferência foi como lidar e caracterizar a atividade estelar para conseguirmos recuperar os sinais emitidos pelos outros planetas”, afirmou.
Segundo o investigador, a atividade estelar é, atualmente, um “fator limitativo para encontrar planetas mais pequenos e percebê-los melhor”.
“É fundamental conseguir separar o que é resultado da atividade estelar da atividade do planeta”, observou, notando que este é um dos principais objetivos que sai da conferência.
“A atividade estelar e o seu impacto na deteção e caracterização de planetas é um dos grandes desafios para a próxima década”, acrescentou Sérgio Sousa.
Organizada pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, a Conferência Towards Other Earths III: The Planet-Star connection (TOE III), reuniu, entre segunda-feira e sexta-feira, mais de 150 especialistas de todo o mundo na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto.
Além do impacto da atividade estelar, durante a iniciativa foi também discutida a caracterização e densidade dos exoplanetas descobertos, assim como apresentados os mais recentes avanços na área, como a descoberta de planetas de pequena massa e com densidades mais baixas do que os encontrados até então, resultado que “interfere com os modelos teóricos de formação de planetas”, ou planetas que orbitam na mesma órbita, mas em sentido contrário.
A ligação entre as propriedades estelares e a frequência, volume e composição atmosférica dos planetas, e os diferentes efeitos das interações dinâmicas entre as estrelas e os planetas foram outros dos temas abordados durante a conferência.
LUSA/HN
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