O apelo surge na sequência de diversas ameaças do Presidente russo Vladimir Putin, sobre o possível uso de armas nucleares na Ucrânia, repetidos testes de mísseis norte-coreanos e o bloqueio de iniciativas de não proliferação.
“O perigo é significativo e crescente”, pode ler-se num editorial que junta editores de 11 importantes revistas médicas, incluindo BMJ, Lancet, JAMA e New England Journal of Medicine, entre outros.
“Estados com armas nucleares devem eliminar os seus arsenais nucleares antes que estes nos eliminem”, salientam.
Para Chris Zielinski, da Associação Mundial de Editores de Revistas Médicas, o “facto de que todas estas revistas importantes concordaram em publicar o mesmo editorial, destaca a extrema urgência da atual crise nuclear”.
O texto é publicado também na mesma semana da reunião, em Viena, do comité preparatório da 11.ª conferência de revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) que começou na segunda-feira e dura até 11 de agosto.
Uma nova revisão – a 10.ª – deste tratado essencial, em 2022, não resultou numa declaração conjunta e os Estados Unidos atribuíram essa falha ao “obstrucionismo cínico” da Rússia.
Este domingo será o 68.º aniversário do primeiro uso de armas nucleares contra civis, quando os Estados Unidos lançaram uma bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroshima, em 06 de agosto de 1945.
Qualquer uso de armas nucleares “seria catastrófico para a humanidade”, alertam os editores de revistas médicas.
“Mesmo uma guerra nuclear ‘limitada’ envolvendo apenas 250 das 13.000 armas nucleares do mundo poderia matar 120 milhões de pessoas e causar perturbações climáticas globais, levando à fome nuclear e colocando em risco dois biliões de pessoas”, sublinham ainda.
O TNP, com 191 Estados-membros, é o tratado com maior número de adesões no campo da não-proliferação nuclear, usos pacíficos da energia nuclear e desarmamento nuclear.
Aberto para assinatura em 1968, entrou em vigor em 05 de março de 1970 e foi prorrogado indefinidamente em maio de 1995.
LUSA/HN
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