PR de Cabo Verde pede auditoria independente a hospital após morte de sete bebés

PR de Cabo Verde pede auditoria independente a hospital após morte de sete bebés

“Tratando-se de uma situação anormal e considerando as sistemáticas queixas dos utentes do HBS, penso ser recomendável a realização de uma auditoria independente para uma avaliação organizacional exaustiva e apresentação de recomendações pertinentes”, escreveu o chefe de Estado, numa mensagem na sua conta oficial na rede social Facebook.

“Tenho seguido com preocupação as notícias da morte, nestes dias de maio, de sete crianças recém-nascidas no HBS. Sei que o Ministério da Saúde e o próprio Hospital estão a fazer as averiguações para identificar as causas destas mortes e tomar medidas cabíveis. E isto é essencial para pôr cobro às inquietações dos cidadãos”, acrescentou.

O Ministério da Saúde de Cabo Verde anunciou no dia 16 de maio a realização de um inquérito à morte, até então, de cinco bebés recém-nascidos, este mês, no HBS.

“Após tomar conhecimento de ocorrência de óbitos de cinco bebés recém-nascidos, no mês de maio, no serviço de neonatologia do Hospital Dr. Baptista de Sousa, e, pautando-se pela necessidade de esclarecimentos sobre as reais causas que levaram aos óbitos, o Ministério da Saúde, através de um despacho da ministra da Saúde manda instaurar um inquérito”, divulgou aquele ministério em comunicado.

A investigação, acrescentou, pretende apurar factos como os cuidados médicos, de enfermagem e de atendimento prestados às mães e aos bebés recém-nascidos, bem como as boas práticas de segurança e qualidade da prestação dos cuidados aos pacientes.

Também pretende apurar as causas que estão na origem das mortes dos bebés no nesse que é o segundo maior hospital do país e os procedimentos técnicos e administrativos adotados na emissão dos atestados de óbito e ainda na comunicação com os pais e familiares.

Para essa investigação, o Ministério da Saúde informou ainda que nomeou uma equipa de especialistas nas áreas de gineco-obstetrícia, neonatologia e enfermagem, composta por profissionais do Hospital Central da Praia e da Direção Nacional da Saúde, que deve apresentar um relatório, até final deste mês.

Em fevereiro, a diretora do Serviço de Neonatologia do Hospital Baptista de Sousa (HBS), Cátia Costa, confirmou a morte de outros cinco bebés recém-nascidos no mês anterior, esclarecendo que as causas foram prematuridade e malformações congénitas.

As explicações foram dadas após conferência de imprensa do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), a denunciar um “aumento crescente” de mortes de recém-nascidos na quela unidade hospitalar na segunda ilha mais populosa do país.

De acordo com o relatório de Estatísticas Vitais de 2021 do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), a taxa de mortalidade infantil, que contabiliza o número de óbitos de menores de um ano por cada 1.000 nascidos vivos, foi 10,5 em 2021 face aos 11,3 de 2020.

LUSA/HN

Dados do INE indicam que doenças do aparelho circulatório ainda são principal causa de morte

Dados do INE indicam que doenças do aparelho circulatório ainda são principal causa de morte

“Em 2021, as doenças do aparelho circulatório continuaram a estar na origem do maior número de óbitos em Portugal (32.452), apesar da descida de 6,2% em relação ao ano anterior. Em termos relativos, representaram 25,9% do total de óbitos, menos 5,9 p.p. do que no ano anterior e menos 4,0 p.p. do que em 2019”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) na publicação “Causas de Morte”, hoje divulgada.

Neste conjunto de doenças, continuaram a destacar-se as 9.613 mortes por acidentes vasculares cerebrais, ainda que este valor tenha representado uma descida de 16% em relação a 2020. Registaram-se igualmente menos óbitos por doença isquémica do coração (6.683 óbitos) e por enfarte agudo miocárdio (3.977 óbitos), em ambos os casos menos 2,4% do que em 2020.

“Em conjunto, e ao contrário dos anos anteriores, [estas doenças] representaram menos de metade das mortes ocorridas no país (46%), o que terá ficado associado ao aumento do impacto da doença Covid-19 na mortalidade em 2021”, realça o INE.

A Covid-19 foi a segunda principal causa de morte em 2021, com 12.986 óbitos, representando 10,4% do total de óbitos.

“Este resultado tem em conta o número de óbitos em que a causa básica de morte, ou seja, a doença que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram à morte, foi a doença covid-19”, esclarece o INE.

Mais de 80% das mortes causadas por Covid-19 (81,3%) ocorreram no primeiro trimestre de 2021, com o registo de 10.559 óbitos, precisam os dados, destacando ainda as mortes ocorridas em agosto (3,1%) e dezembro (4,4%).

Do total das mortes ocorridas em Portugal por Covid-19, 12.952 foram de residentes em Portugal e 34 de residentes no estrangeiro.

“A taxa de mortalidade pela doença Covid-19 foi de 124,8 óbitos por cada 100 mil residentes em Portugal, mais elevada no caso dos homens (139,8 por 100 mil homens) do que no das mulheres (111,2 por 100 mil mulheres)”, sendo a idade média ao óbito de 80,5 anos, mais elevada para as mulheres (82,4 anos) do que para os homens (78,7 anos).

Em 2021, aumentaram em 1,9% as mortes por tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão: 4.318 mortes em 2020 e 4.400 mortes em 2021, enquanto os óbitos por tumores malignos do cólon, reto e ânus diminuíram em 2021 (de 3.810 óbitos em 2020 para 3.609 óbitos em 2021), representando 2,9% da mortalidade em 2021 (3,1% em 2020 e 3,4% em 2019).

As doenças do aparelho respiratório, que não incluem a covid-19, causaram 10.273 óbitos, menos 8,8% do que em 2020, e representaram 8,2% da mortalidade total ocorrida no país (menos 0,9 p.p. do que em 2020 e menos 2,7 p.p. do que em 2019). Neste grupo, destacaram-se as mortes provocadas por pneumonia, com 3.765 óbitos, que representaram 3,0% da mortalidade ocorrida em 2021 (3,5% em 2020 e 4,2% em 2019), apesar da redução de 13,6% em relação ao ano anterior.

“Contudo, esta diminuição não se refletiu numa diminuição do número médio de anos potenciais de vida perdidos devido às doenças do aparelho circulatório, tendo mesmo subido 0,4 anos em relação ao ano anterior (10,3 em 2020 e 10,7 anos em 2021), em consequência de uma maior mortalidade antes dos 70 anos de idade por esta doença”, salienta o INE.

LUSA/HN

Guiné Equatorial declara fim do surto do vírus de Marburg

Guiné Equatorial declara fim do surto do vírus de Marburg

“Depois de não se terem registado infeções por Marburg durante os 21 dias estipulados pela OMS [Organização Mundial da Saúde] e após o magnífico trabalho e resultados obtidos na luta e contenção deste vírus: declarei hoje [segunda-feira] o fim do vírus de Marburg na Guiné Equatorial”, escreveu Nguema na rede social Twitter.

De acordo com dados da OMS, a Guiné Equatorial registou, até 20 de abril, 12 mortes entre os casos confirmados laboratorialmente, com uma taxa de mortalidade de 75%. Quatro dos casos confirmados recuperaram, sendo desconhecido o que aconteceu ao outro infetado.

O vírus continua ativo na Tanzânia, que registou um total de nove casos entre 16 de março e 30 de abril, incluindo oito confirmados laboratorialmente e um provável.

Até à data, foram notificadas na Tanzânia seis mortes (taxa de mortalidade de 66,7%), incluindo um caso provável e cinco casos confirmados, e dos casos confirmados, três recuperaram.

Na semana passada, a OMS enalteceu as autoridades de saúde de ambos os países por “mostrarem um forte compromisso político”, tendo nas últimas semanas “reforçado ainda mais as funções críticas de resposta”, como a vigilância da doença, incluindo nos pontos de entrada e saída das áreas afetadas, atividades laboratoriais, gestão de casos clínicos, prevenção e controlo de infeções ou comunicação de risco e participação da comunidade.

A organização recomendou que seja mantida a vigilância, mas considera que não se justificam restrições de viagens ou comércio com a Guiné Equatorial ou a Tanzânia.

O vírus de Marburg, para o qual não há vacina, é transmitido aos seres humanos através de morcegos e propaga-se através do contacto direto com os fluidos corporais de pessoas, superfícies e materiais infetados.

A doença começa de forma aguda, com febre alta, dor de cabeça intensa e mal-estar, podendo evoluir para sintomas hemorrágicos graves e a taxa de mortalidade varia, podendo chegar aos 80%.

LUSA/HN

Partos prematuros são principal causa de morte infantil

Partos prematuros são principal causa de morte infantil

Embora a situação seja pior nas duas regiões referidas, a taxa de natalidade de prematuros não se alterou em nenhuma região do mundo na década de 2010 a 2020, com 152 milhões de bebés vulneráveis a “nascerem demasiado cedo”, expõem no relatório hoje divulgado a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Os dados mais recentes são de 2020 e mostram que ocorreram 4,5 milhões de mortes somando mortes maternas, nados-mortos e mortes de recém-nascidos, com cinco países africanos na lista dos 10 com maior número de ocorrências.

A Nigéria (540 mil mortes) ocupa o segundo lugar na lista encabeçada pela Índia, a República Democrática do Congo (241 mil) o quarto lugar, a Etiópia (196 mil) em quinto e a Tanzânia (94 mil) ocupa o 10.º lugar na lista destes dez países que, no conjunto representam também 60% do total mundial das mortes maternas, nados-mortos e mortes de recém-nascidos e 51% dos nascimentos.

As desigualdades relacionadas com raça, etnia e acesso a cuidados de qualidade determinam a probabilidade de nascimentos prematuros e risco de mortalidade de bebés e mães, mesmo em países de alto rendimento, mostram as estimativas atualizadas da OMS e da Unicef que fundamentam o relatório, elaboradas em conjunto com a Escola de Higiene e Medicina Tropical.

Por exemplo, quase um em cada 10 bebés prematuros nasce nos 10 países considerados mais frágeis afetados por crises humanitárias, onde se incluem a RDCongo, que lidera, o Sudão, a Somália, o Chade, o Sudão do Sul e a República Centro-Africana, de acordo com a análise dos dados recolhidos para este trabalho.

Os cuidados pré-natais, atendimento qualificado no parto e cuidados pós-parto para mães e recém-nascidos foram indicadores tidos em consideração no relatório, surgindo a região subsaariana do continente africano mais uma vez como aquela que enfrenta maiores riscos.

Se todas as regiões dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS, estabelecidos pela ONU) “têm mostrado uma ligeira melhoria no aumento da cobertura de, pelo menos, quatro observações antes do parto”, duas regiões permaneçam “muito abaixo da meta global” (90%) a atingir em 2025, sendo a “África subsaariana a que está mais abaixo (com 54%)”, lê-se no relatório.

Noutro indicador, o atendimento qualificado no parto, a cobertura tem melhorado em todas as regiões desde 2010, mas “as estimativas para 2022 e projeções para 2025 sugerem que a África subsariana não chegará à meta de 90%”.

Também nos cuidados pós-parto, a OMS e a Unicef concluem que a África subsaariana é a região do mundo que está mais “abaixo da meta (59%) e não se prevê que atinja o objetivo global até 2025”.

A nível mundial, o relatório também destaca que os impactos de conflitos, mudanças climáticas e danos ambientais, da pandemia de covid-19 e o aumento do custo de vida estão a aumentar os riscos para mulheres e bebés.

Por exemplo, “estima-se que a poluição atmosférica contribua para seis milhões de nascimentos prematuros por ano”, indicam os responsáveis pela análise dos dados.

O relatório foi divulgado no âmbito da Conferência Internacional de Saúde Materna Neonatal, que decorre na Cidade do Cabo, na África do Sul, de 8 a 11 de maio, e nela a OMS, a Unicef e outros organismos apelam a ações concretas para melhorar os cuidados prestados às mulheres e aos recém-nascidos e mitigar os riscos de partos prematuros.

LUSA/HN

Aprovada primeira vacina contra o vírus sincicial respiratório nos EUA

Aprovada primeira vacina contra o vírus sincicial respiratório nos EUA

A autorização para a vacina Arexvy, desenvolvida pela gigante farmacêutica britânica GSK, foi concedida pela agência norte-americana do Medicamento (FDA) para adultos com 60 anos ou mais.

Isto representa “um sucesso significativo de saúde pública na prevenção de uma doença que pode ser fatal”, destacou Peter Marks, alto responsável da FDA, em comunicado.

Na semana passada, esta mesma vacina recebeu parecer favorável da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), sendo que a decisão final da Comissão Europeia é esperada para os próximos meses.

O RSV é um vírus muito comum e altamente contagioso, mais conhecido por causar bronquiolite (infeção dos pequenos brônquios) em crianças durante o inverno.

Mas também afeta adultos e pode ser perigoso para os idosos quando degenera em uma infeção respiratória (bronquiolite ou pneumonia).

Após décadas de investigação, foi travada uma corrida entre diversos grupos farmacêuticos para conquistar um mercado que promete ser lucrativo.

Os laboratórios Pfizer e Moderna também estão a desenvolver uma vacina contra o RSV para idosos.

A Pfizer destacou que espera uma decisão da FDA sobre sua aprovação nos EUA em maio.

Segundo as autoridades de saúde dos EUA, este vírus causa a morte de 6.000 a 10.000 pessoas com 65 anos ou mais nos Estados Unidos a cada ano e entre 60.000 e 160.000 hospitalizações.

A GSK adiantou, em comunicado, que a sua vacina estará disponível a partir da próxima temporada epidémica deste ano.

A aprovação da vacina pela GSK é baseada num ensaio clínico com aproximadamente 25.000 participantes, metade dos quais recebeu a vacina e a outra metade um placebo.

A vacina foi considerada 83% eficaz na prevenção de infeções do foro respiratório inferior.

Os efeitos colaterais foram principalmente fadiga, dores musculares ou dores de cabeça.

Num outro estudo de menor dimensão, um participante desenvolveu a síndrome de Guillain-Barré, uma condição neurológica rara, nove dias após receber a vacina Arexvy.

A FDA pediu à GSK para continuar a conduzir estudos para monitorizar este risco.

Todos os invernos a bronquiolite está em destaque, mas foi particularmente falada no ano passado, num contexto de fim dos confinamentos ligados à pandemia de Covid-19 e, por isso, de aumento da circulação do vírus.

Os Estados Unidos e a Europa foram particularmente atingidos, principalmente os bebés, que evitaram ser expostos durante a pandemia de Covid-19.

No final de 2022, a União Europeia também aprovou um tratamento preventivo para bronquiolite desenvolvido em conjunto pela AstraZeneca e Sanofi.

Destinado a bebés, o nirsevimab não é estritamente uma vacina, mas funciona com a mesma intenção preventiva.

LUSA/HN