Sabia que apenas 32,3% dos portugueses têm a dentição completa e que 30% não tem capacidade financeira para consultar um médico dentista? Ou que quatro em cada 10 residentes não realiza uma consulta há mais de um ano?

Os nossos hábitos são o espelho da nossa saúde

09/06/2023

Desde pequenos que aprendemos a ter certos cuidados com a nossa higiene oral, seja na forma correta de escovar os dentes, no tipo de pasta dentífrica a escolher ou na utilização do fio dentário para a remoção da placa bacteriana. E se não os aprendemos, a falta desses hábitos reflete-se mais tarde na nossa saúde oral.

A alimentação também desempenha, desde cedo, um papel fundamental. É importante limitar o consumo de certos alimentos como os doces, as batatas fritas, os citrinos, o pão branco, refrigerantes e bebidas desportivas ou fruta enlatada, que contribuem para o desenvolvimento de doenças, como cáries.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (relatório 2022), as cáries não tratadas são o problema de saúde oral mais comum, afetando mais de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo (cerca de 25% da população). Segue-se a doença gengival – periodontite –, que afeta cerca de mil milhões de pessoas.

Mesmo com ações frequentes de Literacia, os resultados demonstram que é importante continuar a apostar na consciencialização sobre a importância de hábitos corretos e saudáveis, de forma a reduzir o número de pessoas com problemas de origem dentária. Até porque estes afetam a nossa saúde num todo.

Alguns hábitos que podemos adotar facilmente, incluem: escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia, de preferência com uma pasta dentífrica cujo principal ingrediente seja o flúor; substituir a escova a cada três ou quatro meses (ou mais cedo se as cerdas estiverem desgastadas); usar fio dentário diariamente; ter uma alimentação variada e equilibrada, com baixo teor em açúcar; evitar fumar e realizar visitas regulares ao médico dentista.

Existem, ainda, outros fatores que podem levar à negligência com os cuidados com a saúde oral e a não a ver como uma não prioridade. A falta de recursos em Portugal, parece ser o problema determinante. Dados retirados do Barómetro de Saúde Oral 2022, promovido pela Ordem dos Médicos Dentista, afirmam que cerca de 30% dos inquiridos (330 pessoas) diz não ter capacidade financeira para consultar um profissional de saúde nesta área. Contudo, não é apenas por questões monetárias que os portugueses deixam de ir ao dentista. O desconhecimento sobre a importância destes cuidados estará na base do facto de cerca de metade dos entrevistados não considerar necessário ter este tipo de cuidados de saúde.

Por outro lado, a saúde oral está interligada com a saúde global de um indivíduo, como mencionado acima. Ou seja, cuidar dos nossos dentes é uma extensão dos cuidados com o nosso corpo. Quando não diagnosticados ou bem tratados, vários problemas dentários podem evoluir e afetar o nosso organismo. A endocardite, um problema cardíaco, é um exemplo das consequências negativas decorrentes da falta de cuidado com os nossos dentes, e resulta de infeções provocadas pelas bactérias que estão presentes na nossa boca e se disseminam pela corrente sanguínea.

A saúde oral é crucial para a nossa saúde geral e bem-estar, e apesar dos muitos cuidados é sempre importante visitar regularmente o médico dentista. Mesmo que aparentemente não haja problemas, as consultas periódicas permitem identificar de forma precoce qualquer condição ou doença oral, prevenindo assim complicações futuras. A Clínica Médis está presente em muitos pontos do país, disponível para Clientes Médis e não Médis, com parcerias com várias outras entidades como é o caso da ADSE, ou até para Clientes sem acordo. Clínicas dentárias preparadas para receber qualquer paciente, de qualquer idade, com foco na melhoria da sua saúde oral.

E é importante reter que o segredo de ter uma boa saúde oral reside na prevenção.

Por Dr. Pacheco Pinto, Coordenador Clínico da Clínica Médis

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